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segunda-feira, 20 de outubro de 2014

E Vai Rolar a Festa

Impossibilitado de ler o texto? Então ouça a versão sonora feita pelo autor por aqui

Quatro longos meses de resguardo encerram agora. É um assunto pessoal, mas é uma fase que encerra. Uma fase de repouso e tratamento que iniciou uma semana antes da Copa do Mundo. Sofri um acidente que me colocou a nocaute e quase me obrigou a instalar próteses para voltar a caminhar. Que bom ter a SORTE como parceira inseparável, já que a falta de juízo quase me tira de circulação, por um prazo difícil de calcular e com consequências imprevisíveis.

Mas não é pra me queixar que conto esse pequeno drama pessoal. Pelo contrário: é pela alegria que tudo isso me trouxe. Durante este período, cada vez que pegava as muletas pra poder sair de casa, pude observar melhor quanta gente pelas ruas leva uma vida com dificuldades de locomoção. A maioria destas pessoas carregando limitações superiores à minha, sendo que um número bem expressivo não terá a oportunidade de abandonar o uso de muletas ou cadeiras de rodas em meses, sequer anos, muitos para o resto de suas vidas. Então, este período que chamei de “longo”, não passa de um lapso temporal, se comparado a uma vida toda. Isto me traz um sentimento de alegria e gratidão gigantescos.

Ao mesmo tempo que vi gente considerada “normal” tomar vagas de estacionamento preferencial, fui coberto pela solidariedade de pessoas que jamais havia visto e, provavelmente, não tornarei a ver. Palavras, olhares, gestos e atitudes que me comoveram, mostrando que SIM, existe muita gente boa no mundo. E eu, um ser humano que perdeu a fé na humanidade há muito tempo, sinto uma alegria imensa em poder descobrir que viver sempre vale a pena, mesmo em uma sociedade estressada como é a nossa.


Este período de tratamento e repouso me permitiu fazer o que a vida atribulada não nos permite mais: descansar. Ler muito, estudar bastante, participar de grupos de discussão, aprender a trabalhar com novas ferramentas, ou simplesmente a ficar mais tempo em casa. Uma espécie de férias forçadas, da qual sempre se sai renovado e cheio de energia pra enfrentar o mundo com toda disposição e ânimo. Assim sendo, mundo, pode ir armando o coreto e preparando aquele feijão preto que EU TÔ VOLTANDO. Daqui pra frente, amigos, tenham certeza de que VAI ROLAR A FESTA…

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