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terça-feira, 19 de julho de 2016

Pode bloquear a ferramenta; a nova geração NÃO depende de autorização

Como ouvinte inveterado de rádio, amanheço ouvindo os colegas transmitindo notícias e dando opiniões. Faz alguns dias que ouço os caros colegas balbuciarem relatos e opiniões sobre algo que não têm a menor ideia do que seja, ou como funciona. Especialmente esta semana as vozes do rádio entenderam que existe uma nova febre mundial chamada Pokemon Go. Tentam explicar o que não entendem, tentam criar conceito sobre o que não conhecem e, pior, tentam alertar para os males de algo que nem imaginam o que seja: um brinquedo.

OK, é um brinquedo virtual, mas não passa de um brinquedo, tanto que é um lançamento da Nintendo, a maior indústria de brinquedos do mundo. Lembro de uma vez, quando eu morava em San Francisco no século 20, quando me dirigi a uma loja de instrumentos musicais num sábado, quando acontecem as liquidações, pedindo uma bateria eletrônica que eu tinha visto numa revista e o vendedor arregalou as sobrancelhas e arrotou: “we don’t sell toys(não vendemos brinquedos)”. Tudo pq o fabricante era a Nintendo. Comprei a bateria noutro lugar, toquei até a exaustão da vizinhança e fui mto feliz com ela.

Voltando ao assunto Pokemon Go, semana passada estava numa lancheria quando o garçon, aparentando uma origem muito humilde, enfiou a cara pra ver a foto do Pokemon que meu caçula havia capturado. Não só reconheceu o dragãozinho assaltante, como disse que estava atrás dele há horas. Ou seja: chegamos ao ponto em que moradores da periferia, com pouco acesso a estudo, conseguem estar mais bem informados sobre assuntos transmitidos através das mídias sociais que os profissionais da mídia tradicional. 

Todos eles? Claro que não. Semana passada o repórter Jorge Pontual fez a coisa básica em uma reportagem: baixou o jogo e saiu a campo para capturar Pokemons. E seu boletim começou dizendo que já tinha capturado 3, mas na segunda Pokebola virtual já estava viciado. No domingo o cansástico estendeu o assunto e, somente os colegas muito preguiçosos permaneceram desinformados sobre o tema.

Só pra alertar esses meus queridos colegas: os jovens brasileiros não precisam esperar pelo lançamento do jogo oficial no Brasil. A partir do segundo dia do lançamento internacional Pokemon Go já era jogado nas ruas brasileiras, pois a gurizada sabe baixar aplicativos de smartphones inibindo a origem da emissão. Casualmente são os mesmos programas que permitem seguir usando WhatsApp quando algum magistrado tupiniquim insiste nessa bobagem de bloquear o uso da ferramenta utilizada por mais de 100 milhões de brasileiros. 


Nesse mercado, só fica esperando liberação e autorização pra usar aplicativos “online”, quem viu o trem passar e ficou piscando.