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quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Tablets e Smartphones elegeram Obama

O mundo aprendeu, 4 anos atrás, que uma estratégia bem montada e eficiente nas redes sociais podia ser definitivo nas campanhas eleitorais. Foi através delas que Barak Obama conseguiu o diferencial de eleitores e votos para chegar à Casa Branca. Depois disso uma multidão de especialistas mergulhou nas táticas e estratégias e disseminou planetariamente as técnicas que fizeram das mídias sociais um diferencial para a antiga política e forma de arrecadar votos. Pois na re-eleição que Obama acaba de conquistar, por uma vantagem razoavelmente apertada, o diferencial ficou por conta do uso correto e inteligente de tablets, smartphones e seus usuários, como rede de apoio.


Estatísticas divulgadas após a contagem dos votos dão conta de que 60% dos eleitores norte-americanos com idades entre 18 e 29 anos votaram pela manutenção do presidente democráta no Salão Oval. Casualmente situa-se nesta faixa etária o principal grupo de usuários dos novos e convergentes equipamentos de internet móvel. Quer saber como?

A mais simples foi a contratação do suporte Payvia nos últimos 3 meses de campanha para facilitar a arrecadação de donativos via SMS, com valores acrescentados às contas telefônicas dos doadores. O sistema é tão simples e eficiente que também foi utilizado pela campanha do adversário Mitt Romney. O diferencial, segundo Darcy Wedd, presidente do Payvia, que Obama construiu uma rede social muito forte nos 4 anos anteriores, possibilitando que jovens tuiteiros fizessem doações de 10 Dólares em massa. Como se não bastasse, na reta final disponibilizou um "app" para smartphones e tablets onde a doação era "facilitada" com o simples download gratuito e 1 clique no botão "doação", cujo valor era definido pelo próprio simpatizante e valor descontado da conta autorizada.

A estratégia mercadológica principal foi a divulgação de imagens com celebridades e desportistas famosos fazendo suas doações com seus aparelhos móveis. Colou tanto que dos mais de 1 Bilhão de Dólares arrecadados pela campanha de Obama, a capilarização desta rede atingiu os 10 milhões de doadores individuais. E ainda tem gente capaz de falar em campanha eleitoral custeada por fundos públicos. Basta usar a inteligência e parar de falar bobagens, olhar pra frente e vencer o passado.

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Eleições "off line": isto tem de ter fim

Ontem foi dia de eleições na Sicília. Os eleitores da simpática ilha ao sul da península Itálica foram às urnas para escolher seus representantes e Presidente no Conselho Regional. O equivalente mais próximo seriam nossas Assembléias Legislativas, com a diferença de que o Presidente escolhido, através de partidos ou coligações que obtiverem a maioria, atende a um cargo semelhante ao nosso governador. Sem querer ingressar nas minúcias da política italiana, em especial da Sicília, o fato marcante é de que o voto não é obrigatório. Em função disto a abstenção atingiu inacreditáveis 48% do eleitorado.

Assim sendo, vamos viajar para um continente do outro lado do Atlântico e lembrar que os Estados Unidos têm eleições majoritárias agora, na terça-feira 6 de novembro. Apesar de não ser feriado, ou domingo, 63% do eleitorado da terra do Tio Sam foi às urnas há 4 anos, apresentando a menor taxa de abstenção desde 1960. Nas terras de Obama e Romney, as eleições tampouco são obrigatórias. Tudo indica que a participação através do voto será ainda maior este ano, pois a comunidade latina está com muito medo do retorno eventual de um Republicano à Casa Branca em época de crise financeira. Pesquisas reveladas esta semana dão conta de uma participação maciça da comunidade latina no pleito que decide pela manutenção de Obama, ou se o Salão Oval será ocupado por um branco pelos próximos 4 anos. Caso o furacão Sandy não atrapalhe de forma expressiva o dia-a-dia do populoso nordeste dos Estados Unidos, tudo leva a apostar que teremos uma abstenção inferior aos 36% do eleitorado.

E no Brasil, onde o voto é obrigatório e a multa por não votar pouco superior a uma tarifa de ônibus urbano, o eleitorado comparece mais? Em Pelotas, único colégio eleitoral gaúcho onde houve 2º turno, 18,14% dos cidadãos com direito a voto deixaram de ajudar o vitorioso Eduardo Leite, ou de melhorar a perfórmance de seu oponente derrotado, a velha raposa petista Eduardo Marroni. Estatística muito próxima do comparecimento às urnas no maior e mais importante colégio eleitoral do país, São Paulo, onde 19,99% dos eleitores deixaram de ajudar Fernando Hadad a aposentar José Serra da vida política nacional. Ou não, vai que esses quase 20% eram eleitores tucanos que decidiram entre si colocar as pantufas no velho vampiro da política paulista..?

Bem, se nos Estados Unidos a intenção de voto das minorias assustadas conduzem a uma participação cada vez maior através do voto, na Sicília vemos o indicativo de que o voto facultativo não empolga muito os eleitores a saírem de casa em nome de governos futuros. Já no Brasil, onde o voto ainda é como nos tempos dos currais eleitorais, obrigatório, vemos que 20% da população dá claros indícios de que nem obrigado quer votar. 


Mas e se não fôssemos uma democracia a cabresto, com a obrigação de votar em cada pleito? Será que aumentaria dramaticamente a abstenção? Minha opinião é de que isto não aconteceria, desde que os tribunais eleitorais tomassem uma única providência: possibilitar o voto pela internet. Afinal, se a declaração do imposto de renda já é feita desta forma e o voto é feito através de uma urna eletrônica, só não é feito online porque não há vontade política para tal. Se um dia isto mudar, é certo de que a abstenção no Brasil não vai aumentar significativamente. Tende até a diminuir.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Nova Economia na Casa Branca?

Aquilo que aconteceu no começo dos anos 50 pode estar acontecendo outra vez. Onde? Nos Estados Unidos. O quê? A nova indústria do entretenimento investindo para obter o poder outrora em mãos da indústria do cinema. Como? Investindo volumes substanciais em quem pode fazer a magia da transformação. Quem? Desta vez, não serão os canais de TV de Nova Iorque, os mesmos que conseguiram fundar redes "coast to coast" de entretenimento popular, com investimento em Walt Disney, por exemplo. Sim, foram eles que construíram a Disneylândia em solo californiano para criar uma diversão ao monopólio do cinema, do lado de Hollywwod. Por quê? O entretenimento de massa está cada vez mais afastado das salas de cinema e, especialmente, da TV no meio da sala. Sim, desculpe alertar, desta vez Hollywood está abraçada em seu antigo inimigo, a TV aberta. Todos contra o Silicon Valley e a nova indústria de T.I.

Desde o surgimento da TV por assinatura, que a indústria cinematográfica, as grandes gravadoras e a TV aberta formam um "mènage a trois" indecente para controlar a mídia popular. E conseguiram, em especial até o início deste milênio. Pena que a indústria da tecnologia da informação não respeitou este acordo sórdido e popularizou coisas como os gravadores de mídias digitais e a internet. Resultado? TV aberta virou entretenimento de quem perdeu a capacidade de se atualizar; TV por assinatura criou uma dependência parasitária de Hollywood; as gravadoras gastaram mundos de seus fundos comprando os estúdios californianos e criando canais fechados de televisão, produzindo um conteúdo que todos baixam mundialmente pela internet, com muito pouca gente disposta a pagar um centavo que seja por isto.

Antes que me confundam com algum profeta do caos tecnológico, melhor expor alguns dados: dos 690 Milhões de Dólares arrecadados pela campanha de Obama, U$ 27 Milhões já saíram dos bolsos de doadores da nova mídia. E pra quem precisa posicionar a compreensão, neste ranking, George Soros figura em 21º entre os doadores na Califórnia, estado mais rico dos EUA. Enquanto isso, a lista de pessoas jurídicas aponta que a Microsoft doava 544 Mil Dólares, ao mesmo tempo que Google tirava U$ 526 Mil do caixa em favor do atual presidente, contra 197 Mil da National Amusements Inc, dona de 1.500 salas de cinema, da Viacom, Paramount e CBS.

Não tire do horizonte uma estimativa de 6 Bilhões de Dólares, total de gastos estimado para o atual processo eleitoral na casa do Tio Sam. Empresas do novo mercado ainda não respondem pela fatia maior das contribuições, mas é forte o pendor destas por Obama. Basta olhar a tabela dos maiores contribuintes para a campanha do desafiante Mit Romney que se nota um nada tímido, mas solitário esforço da EMC em investir 257 Mil Dólares no candidato republicano. O forte da turma do "Tea Party" segue sendo o mercado financeiro. Afinal o grande atrativo oferecido pelo time de Romney aos empresários é a redução de impostos, através do encolhimento do Estado. Esqueceu de assinalar a Tecnologia da Informação como pauta de importância no caso de chegar à Casa Branca e perdeu esta fortuna em doações de campanha.

Enquanto o atual Presidente afirma estar comprometido em dobrar o financiamento para pesquisadores e empreendedores, o desafiante republicano recorre ao século passado pregando o ressurgimento de uma classe média forte, capaz de estimular uma América forte, independente e com empregos para todos. Quem não inova, não ganha apoio da nova e fica, cada vez mais dependente da velha economia. Talvez este pequeno detalhe seja o bastante para fazer a diferença em um pleito tão apertado, onde cada voto dos delegados que definem a eleição indireta à presidência dos EUA tendem a sair das mãos de quem vive a nuvem diariamente, em casa no trabalho e em todos os lugares, através  de seus smartphones.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Big Data, o caminho mais rápido para inteligência artificial

No dia a dia, a sociedade gera cerca de 15 petabytes de informações, sobre as suas operações comerciais e financeiras, bem como sobre clientes e fornecedores. Segundo a IBM em 2008 foram produzidos cerca de 2,5 quintilhões de bytes todos os dias e surpreendentemente 90% dos dados no mundo foram criados nos últimos 2 anos, decorrente a adesão das grandes empresas à internet, como exemplo as redes sociais, dados dos GPS, dispositivos embutidos no mundo fisico, como rodovias, automóveis, aeronaves, máquinas robóticas, sem falar nos equipamentos móveis.

Você consegue imaginar a quantidade de dados circulando na rede ao mesmo tempo, somente através de máquinas de compra por cartão, em cada comércio do Brasil? Se conseguiu ter uma idéia do volume, parabéns. Agora é só multiplicar pelo resto do mundo. Captou a mensagem? Isto, falando apenas de um serviço através de uma única ferramenta, onde se não houver análise instantânea dos dados, através de uma infindável troca de informações, o sistema sai de operação em segundos. Agora coloque em cima disso todos os desktops, notebooks, tablets e smartphones do mundo, vamos supor... ao meio-dia, horário de Greenwich. Isso dá 8h da manhã em Brasilia, 13h na maior parte da Europa, 7h em Pequim. Consegue imaginar o tráfego planetário de informações sendo processadas simultaneamente numa hora dessas?

Pois muito bem, saiba que tem gente pensando isso há bastante tempo, tanto que a criadora dos computadores como os conhecemos hoje, citada lá em cima no texto, não caiu aqui de pára-quedas. É de seus cientistas e pesquisadores a criação do conceito chamado de "Big Data", que consegue quantificar e valorar essa massa de informações viajando mundialmente o tempo todo. E, já que este conceito passa por cima do tradicional "data center", ele se utiliza da forma de "stream computing". Trata-se de um sistema de garimpagem efetuada em tempo real, colocando-se uma corrente contínua de dados (streaming data) online e instantânea.

É a chamada 3ª Onda da Tecnologia da Informação que, transforma a ação de coleta de dados em inteligência sensorial. Um sistema gigantesco, virtual e capaz de dotar quem se capacitar de vantagens comerciais absurdas, elevando os acertos e reduzindo inacreditavelmente os prazos. Algo como dotar a indústria de uma capacidade de corrigir os próprios erros de produção no momento em que eles acontecem e com as próprias ferramentas podendo programar a correção automaticamente.

Pra evitar o risco de cair em mais uma tentativa de golpe da IBM, melhor referendar a teoria através do McKinsey Global Institute, organização presente em 50 países, cuja missão é auxiliar lideranças comerciais e públicas a desenvolverem compreensão da evolução da economia global. Pois o MGI publicou um estudo(leia aqui) analisando 7 pontos de referenciamento apontando para lucros bilionários para os que se capacitarem a dominar o "Big Data".

Em tese é a capacidade de utilização da inteligência artificial em favor de lucros astronômicos, por quem estiver apto. Ou pode ser só mais um canto de sereia, tipo "Bug do Milênio", mas vá que cola?

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Existem títulos mais importantes que Medalha Olímpica

Em plena época de Olimpíada, o Brasil conseguiu no 2º dia de agosto algo como uma medalha de ouro inédita e de significado global mais abrangente do que qualquer disputa entre nossos atletas em Londres. A brasileira Karina Hehs, de Piracicaba, que estuda Engenharia Agronômica na USP, conquistou o título de Jovem Embaixadora da Organização Mundial do Comércio. É o direito de representar, não apenas o Brasil pois apenas duas pessoas em todo mundo conseguiram a façanha -a outra é da Índia- mas de trazer a público os anseios de uma geração globlalizada, na expectativa de mudanças urgentes para nosso planeta, através das relações comerciais e de como estas podem promover o desenvolvimento, diminuir as diferenças, aumentar a produção de alimentos, tudo isso com sustentabilidade.

Pode parecer uma panacéia para todos os males da humanidade, mas a idéia de Karina é tão simples que, se lhe derem uma chance de por em prática, é até capaz de dar certo e melhorar em muito o mundo em que vivemos. Quando descobriu o concurso, através do site da OMC Karina precisou de apenas meia hora para organizar suas idéias num papel e depois transformar o esboço no video campeão, onde expõe de forma simples e prática, como cada organismo pode exercer funções de real importância dentro de cada comunidade, promovendo desenvolvimento. O resultado é um video com menos de 3 minutos, mostrando de forma clara como governos, consumidores, estudantes e a própria estrutura da OMC podem agir para garantir, aos pequenos produtores espalhados por todo o planeta, um ambiente organizacional com menores riscos envolvidos e reduzir custos de produção, tornando-os mais competitivos e fomentando uma distribuição de riqueza mais equânime e comunitária. Assim se pode criar um ambiente de transferência tecnológica que respeite e se enquadre na cultura e necessidade de cada país e povo, com responsabilidade social e transparência.

Atingir o título de Jovem Embaixadora garante a Karina o direito de expor sua tese no Fórum Público da OMC, dia 25/09, em Genebra, Suíça. Trata-se de um evento anual onde governos, organizações não governamentais, acadêmicos, empresariado e estudantes se reúnem para discutir os tópicos mais urgentes no que tange o sistema de comércio multilateral. O tema do fórum deste ano é "O Multilateralismo Está em Crise?"

Para vencer concorrentes de todo o mundo, Karina organizou sua sequência de sugestões em um vídeo bem fácil e agradável de assistir, com edição da webdesigner Mimi Kamioka. Uma animação utilizando a ferramenta Prezi, capaz de produzir uma apresentação similar ao clássico "power point", mas online e com recursos bem interessantes, selecionando a trilha em um site que disponibiliza músicas e sons cujos autores abrem mão dos direitos autorais(neste fórum existe uma lista bem generosa deste tipo).

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

J.J.Gonçalves, o guitarrista que assombrou B.B.King

Há duas décadas encontrei um cara absolutamente sensacional. Dono de um bom humor fora de série, uma cultura acima da média e uma capacidade musical capaz de deixar embasbacado até quem conhecia isso além da conta.
Ele ficou abismado porque me apresentaram como jornalista e que se tratava de uma entrevista e, depois de passada mais de uma hora e várias cervejas, ela não viu eu anotar nada do que falou. Foi quando levantei as mãos debaixo da mesa e mostrei a agenda eletrônica onde escrevia todas as anotações(sim, naquela época eu já fazia o que se faz hoje com celulares, só que com as ferramentas dantanho). 

 

Amigos músicos, em comum, anunciaram que teriam um show na Serra Gaúcha e que tinham espaço no palco para um guitarrista do calibre dele. Eu estava convidado. Aliás ele fazia questão que eu fosse junto pra assistir isso. Encerramos a entrevista, bebemos mais algumas cervejas e cada um seguiu seu caminho. 

 

Dia seguinte não tive condições de subir a serra com a trupe e perdi o único e imemorável show de J.J.Gonçalves, um morador de Joinville, que andava pelo Rio Grande atrás de uma filha desgarrada, com uma banda maravilhosa que tinha a melhor baterista destas plagas, Biba Meira, e o saxofonista Ricardo Quindim Cordeiro, como Band Leader. Eles trouxeram as fotos e cheguei a colocar isso na segunda página do jornal que editava. 

 

Tornamos a nos encontrar algumas poucas vezes para darmos risadas disso tudo, pois ele descobriu o paradeiro da filha gaúcha e travou uma carinhosa relação com ela, vindo de Santa Catarina sempre que podia para passar um tempo junto.

 

Hoje chega de lá, de Joinville, a notícia de que o câncer venceu essa figura fantástica, que já foi aplaudido por ninguém menos que B.B.King, que lhe franqueou sua amada Lucille. Celso Blues Boy, como o resto do mundo conheceu J.J.Gonçalves, foi tocar guitarra entre os querubins. Mas valeu o tempo que esteve por aqui. Deixou alguma coisa pra gente ouvir, tipo isto http://musica.com.br/artistas/celso-blues-boy.html

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Cabecinhas limitadas serão devoradas

Das coisas mais difíceis da atual economia é quantificar os valores das novas atividades. Talvez, até por isso, muitos negócios estejam sendo deixados de fazer e outros sendo feitos por bem menos do que poderiam. Quantas pessoas você conhece que investem na Nasdaq? O pregão da bolsa dos novos negócios de Nova Iorque tem sua variação apresentada diariamente por veículos da grande mídia, mas quem aposta nela? Até hoje não conheci um único consultor financeiro que indicasse investimento lá.


Tenho certeza de que não é por se tratar de um mau negócio. Apenas por ser um negócio do qual quase ninguém ainda tem certeza, ou consegue quantificar. Quer um exemplo mais específico? O IPO do Facebook.

Até quem jamais entrou na internet sabe que o mais importante negócio da web atual são as redes sociais. E se existe um nome consistente e reconhecido nesta área, chama-se Facebook, com seus 900Milhões de usuários. Então, como explicar que o mais importante nome neste ramo tenha "derretido" 20 Bilhões de Dólares nas 48horas que sucederam a oferta pública inicial de ações da rede de Mark Zuckerberg?

Não tem explicação. A não ser que levemos em consideração o fato de que os analistas do mercado financeiro ainda não aprenderam a avaliar o real valor dos produtos oferecidos neste novo mercado. Vivemos ainda a mesma síndrome que levou à explosão da "Bolha", uma década atrás. Quem foi o gênio que determinou que o índice preço/lucro(indica uma estimativa de prazo, em anos, para que o investidor recupere o capital aplicado) do Facebook podia ser cinco vezes maior que o índice dos papéis da Google, empresa com faturamento 10 vezes superior? Lembrando que o operador do IPO foi a Morgan Stanley, uma das mais conceituadas no mercado mundial de valores.

Na verdade, só não tem explicação no mercado tradicional. E este é o problema que está levando à bancarrota empresas de comunicação tradicionais como as do ramo fonográfico e agências de propaganda. Ao inverterem o enigma da esfinge, não decifraram as novidades interpostas aos seus mercados e optaram por devorar o novo. Estão sendo engolidas, com algumas exceções que entenderam o sentido da movimentação do mundo pós-internet. Podemos claramente incluir agências de consultoria de valores no pacote dos que serão engolidos pela nova economia, já que não conseguem compreender a gama de variáveis surgidas com as tecnologias embutidas em seus produtos e serviços.

Qualquer usuário contumaz de redes sociais passa mais tempo ligado às suas redes via smartphone do que através do computador onde trabalha, ou no de casa. E não se consegue visualizar as propagandas do Facebook no aplicativo para celulares. OK, tampouco se consegue visualizar no Google via smartphone, mas o uso disso é insignificante. Levando-se em consideração que mais da metade dos usuários do Facebook se liguem via telefone, a maior parte do tempo, o valor de rentabilidade provável do Facebook ficou absolutamente indefinido e rebaixado pelos poucos analistas que se deram conta deste pequeno detalhe.

São as minúcias e idiossincrasias da nova economia, deixando bem claras as limitações das velhas cabeçinhas. Não é que sejam ultrapassadas, apenas não conseguem enxergar o novo. Afinal, internet móvel não é apenas uma extensão do desktop, ou um complemento do notebook. É a convergência que leva a vida, o trabalho, o lazer e a comunicação para dentro da bolsa, ou do bolso. Multiplique isso por 6 Bilhões de usuários.

terça-feira, 31 de julho de 2012

O mundo se recuperou da crise de 2009 e em 2012 voltou a consumir minério de ferro em escala ainda mais larga. A Austrália aumentou suas vendas do minério em 12,7%, enquanto o Brasil já anota um acréscimo e 5,1% na extração da commodity. Os dados foram apresentados pela Conferência das Nações Unidas para Comércio e Desenvolvimento -UNCTAD- através do Fundo Fiduciário do Minério de Ferro, órgão criado e mantido pelos governos de Brasil, Canadá, Suécia e Estados Unidos.

 

Mesmo com um pequeno declínio de produção pela Índia de 7,5% no período, o novo grande extrator e transformador de minério de ferro em aço, a China cravou um aumento de 2,1%, sem falar que a capacidade de produção de aços dos chineses cresce um Brasil a cada ano. Graças a isto, a produção industrial mundial voltou a crescer, no mesmo passo que as exportações de ferro. E não foram só os chineses que compraram mais minério, como coreanos e, pasmem, europeus voltaram a comprar cada vez mais do insumo básico do aço.

 

Parece contra-senso, quando só se fala em crise global nos últimos 4 anos, mas não é porque o mercado do aço é diferenciado. Afinal as "Big 3", Vale, Rio Tinto e BHP Billiton são responsáveis por apenas 1/3 da produção mundial, enquanto que os restantes 2/3 são pulverizados -algo semelhante acontece com o mercado siderúrgico. Assim sendo não existe um "baronato" definidor de política de preços e foram justamente estas extratoras independentes que reaqueceram o mercado. Para ter-se uma noção desta diluição do mercado do ferro "in natura", vejamos que 28% dessa retomada na produção do aço acontece na Australia, 15% na America Latina, 14% na Africa, 20% na Europe, 10% na America do Norte e 12% na Asia. Em dúvida sobre o quanto isso significa? Bem, neste triênio isso vale dizer que o crescimento na produção de minério de ferro vai dos 1,92 bilhões de toneladas em 2011 para 2 bilhões em 2012, atingindo 2,08 bilhões de toneladas 2013.


Este é o sintoma mais evidente do crescimento industrial neste período. A crise financeira persiste, mas o mundo volta a crescer e fica mais forte através da comercialização de bens duráveis e construção civil. Se nós brasileiros aproveitarmos este momento e investirmos no crescimento de nosso parque industrial, em vez de somente vendermos commodities, existe aí uma porta aberta para a colocação em definitivo do Brasil como protagonista mundial, deixando para trás o nefasto sentimento vira-latas de líder periférico. Isto será posto até o fim do atual governo. Oremos!