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terça-feira, 19 de novembro de 2019

POR UM ESTADO MENOS OPULENTO

Uma Constituição é a Lei Maior de um Estado e a ela, em regra, cabe o papel de limitar o poder deste. A limitação do Poder do Estado deveria servir principalmente para garantir as liberdades individuais, jamais para criar castas de poderosos intocáveis. O melhor exemplo são os Ministros do STF. Embora exerçam função de magistrados da mais alta Corte de Justiça, dentro da estrutura do Poder Judiciário. Tal função só deveria ser exercida por Juízes, mas dentro do arcabouço tupiniquim qualquer ser com o carimbo de “notável saber jurídico” pode ser indicado pelo Presidente da República de plantão no Poder Executivo.
Reparem que este “notável saber jurídico” foi carimbado na testa do então Advogado Geral da União, Dias Toffoli aos 42 anos de idade, cabendo a ele desde 2009 o direito a um cargo vitalício com todas as benesses. Lembrando que quando advogado, prestou duas vezes concurso para juiz sem sucesso, pois não possui saber jurídico necessário para exercer a magistratura. Já que a função de Ministro do Supremo não é exclusiva de juiz, o STF deveria ser retirado do Poder Judiciário e deixar de existir como 4ª Instância da Justiça, atendo-se exclusivamente ao seu dever original de fiscal da Constituição
Para atender seus 11 Ministros, o Supremo possui uma frota de 84 veículos, 1.135 servidores+93 cedidos de outras repartições, 340 estagiários e 820 profissionais terceirizados, ou seja: algo em torno de 218 pessoas para cada ministro. Fazendo um esforço imenso pra não especificar os 24 Copeiros e 27 Garçons. Tudo isto custou aos pagadores de impostos brasileiros a bagatela de quase 800 Milhões em 2018.
Só quem tem o poder de fiscalizar e exigir limites do ministros do STF é Poder Legislativo através do Senado da República. São 81 Senadores e para atender estes parlamentares a casa superior do Congresso abriga 5.828 servidores+230 cedidos, quase outros 4mil entre terceirizados e estagiários, somando mais de 120 pessoas para atender 1 Senador ao custo de R$ 4,5 Bilhões/ano.
Sejamos claros: tanto faz atacar este ou aquele Ministro do Supremo, ou algum Senador eventualmente ocupando a Presidência do Senado. O que tem de ser combatido é essa opulência gigantesca que custa tanto aos pagadores de impostos e que não oferece nada em troca. É basicamente o mesmo que privatizar estatais. É diminuir o tamanho do Estado. Liquidar com estas frotas e exércitos de servidores para operar a inoperância destas repartições que sangram a nação. 

Começar com a extinção da terceira vaga ao Senado, que foi criada no auge da Ditadura Militar para todos os estados e DF e automático corte de um terço dos servidores da casa. Depois discutir a extinção do Senado em si. E se um Senador tem direito a um mandato de 8 anos, pra que um Ministro do STF precisa mais que isso. Dias Toffoli pode ficar até 33 anos na função e depois ainda se aposenta com vencimentos e vantagens “ad perpetuam”.
Hora de começar a enxugar as despesas e só aqui teremos uma economia de Bilhões de Reais por ano

domingo, 10 de novembro de 2019

A CONSTANTE DE AVOGRADO

É reconhecida ao cientista italiano Amedeo Avogrado a paternidade do cálculo da massa das moléculas, que passou a ser conhecida como “Constante de Avogrado(NA)”. Basicamente é um cálculo de “X” vezes “10²³” (na vigésima terceira potência), onde o “pai da criança” estabeleceu no começo do século 19 que X=6,02. Mais tarde aprimorou-se o cálculo deste valor para 6,022 e posteriormente para 6,022 140 76 e isso vem se atualizando através dos tempos. Hoje está assim:
Posso demonstrar aqui como se aplica isso para calcular a massa molecular de algum elemento, mas isto aqui não é uma aula de química, apenas um breve arrazoado sobre viagens no tempo. Quem curte ficção científica com certeza lembra do filme “A Mosca da Cabeça Branca”, de Kurt Neumann, 1958. Nele um cientista aloprado está desenvolvendo um aparelho de teletransporte e decide testar o experimento em si mesmo. Mesmo tendo  feito tudo certo, ele não percebe que uma mosca entra ao seu lado dentro do aparelho e o resultado é uma aberração.


Por mais aproximados que sejam os cálculos para uma equação matemática, tanto a química quanto a física, especialmente esta, levam em consideração a existência do imponderável. Assim sendo, enquanto a aproximação dos valores não chegar a um termo de exatidão controlável, melhor usar sintéticos para o teletransporte, ou para viajar no tempo. O problema com estes replicantes enviados para viajar no tempo é que, na solidão e ausência de referência das eras em que são colocados, tendem aos piores vícios. Especialmente aos que abrem portas sensoriais, caminhos que só deveriam ser trilhados por humanos iniciados. E ao pretenderem trilhar tais caminhos, tornam-se instáveis, sentem desejos, acreditam que podem ser espiritualizados, ou pior, sucumbem à ficção de que podem experimentar o fervor de uma paixão. Daí pra optarem pelo exílio e viverem embriagados no Munden’s Bar -que fica em Cynosura, cidade-Estado localizada na borda do universo, entreposto comercial entre os multiversos transdimensionais, é um pulo numa dobra espaço-temporal.

Claro que vc sabe que do centro do nosso universo até seu limite final são 46 Bilhões de anos luz vezes “10²³”, o que significa que jamais provaremos que existe uma borda, ou seu fim, ou como diria Stephen Hawkins, o maior astro-físico da 2ª metade do século 20, cujo corpo mostra os resultados do teletransporte no tempo: “se o universo tem uma borda não faz sentido, porque se o universo veio do nada e trouxe tudo à existência, perguntar o que está além do universo é como perguntar qual é o norte do Polo Norte”.

Em tempo: este é um texto de ficção. Replicantes são personagens do filme Blade Runner, de Ridley Scott e Cynosura assim como Munden’s Bar só existem nas histórias em quadrinhos de Grim Jack, personagem criado por John Ostrander. E o universo segue em expansão. Ou não


Bibliografia sugerida: 
Revelações do Imaginário Mágico, de Valério Azevedo (encontre aqui)
O Livro dos Demônios, de Antonio Augusto Fagundes Filho (encontre aqui

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

SEM FREIO MORAL NÃO HÁ SOCIEDADE PLURAL

Originalmente publicado em 25/10/2018

“Não há moral em si, não há moral ideal ou moral eterna. A moral é relativa a cada sociedade, a cada época, relativa sobretudo aos interesses das classes sociais… os fins justificam os meios -quando são postas ao serviço de um fim justificado, a astúcia e a violência devem ser empregadas sem hesitação”
 Leon Trotsky
A formação da moral em cada um de nós inclui não apenas os costumes e valores que aprendemos de nossos pais, mas também as ideias sobre o certo e o errado que adquirimos da sociedade e da cultura em que vivemos. Neste processo eleitoral, fala-se muito em Lenin (acuse-os do que vc faz; chame-os do que vc é: mesmo que até hj ninguém tenha provado ser dele esta máxima, tampouco jamais alguém usou isso tão bem como ele), mas esquecem-se do outro teórico da Revolução Socialista, que foi Trotsky. É dele um livrinho curto intitulado Moral e Revolução, com 84 páginas, onde doutrina que a moral revolucionária não pode ser a mesma moral da sociedade comum. Assim pensam e agem os revolucionários de esquerda: com uma moral própria. Tudo farão para chegar ao poder e farão o impossível para não sair nem largar suas benesses. Logo, mentir e matar, para subjugar são fins que justificam os meios.
Basta olhar para as duas ditaduras de esquerda mais próximas do Brasil: Cuba e Venezuela. Na ilha, depois de conquistar o poder, Fidel e sua camarilha prenderam, torturaram, assassinaram e exilaram milhares de oponentes. O ídolo de 10 entre 10 esquerdistas, Tchê Guevara é um “serial killer” que matou pessoalmente mais de 600 pessoas, inclusive crianças e homossexuais, por quem nutria uma raiva jamais bem explicada. A outra ditadura vizinha é a Venezuela, local onde estamos assistindo todo o tipo de atrocidades, a começar pela falta de comida, pra não falar na violência imposta pelo Estado aos cidadãos. Como está respingando em nós brasileiros, este é um caso em que todos temos uma oposição mais declarada e a imensa maioria brada aos 4 ventos: “não queremos ser uma Venezuela”.
Como a lógica da esquerda é uma só, não pense que aqui será diferente. Quem não quiser ver o Brasil virar uma ditadura de esquerda, onde vai faltar não apenas o trabalho e oportunidade que já estão em falta, por consequência de 13 anos de governos do PT, sabe o que tem de fazer. Basta votar, neste Domingo, na única oportunidade que nos é dada para evitar o desastre com perda total. Não vai ter volta. Se eles voltarem será o fim. CUIDADO, ELES QUEREM VOLTAR!!!

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Stockholmssyndromet

Minha estrada é vasta e venho de longe. No caminho fiz amigos de todas as tribos, culturas e filosofias. Sempre procurando aprender e compreender o que leva o ser humano a ser tão genial e cometer tantas barbaridades. Na maioria das vezes tentando usar os 2 olhos e 2 ouvidos em detrimento da única boca. Aprendi com meu pai, um mestre nessa arte, que só falava oportunamente. Em compensação mamãe descontava, falando pelos cotovelos, mas pra isso estudou a vida inteira, ela que foi diplomata de carreira e sempre insistiu comigo para sempre estudar e me preparar pra não falar besteira.
Desde sempre aprendi então que o português é o cartão de visita de quem vive em Terra Brasilis, que a história é a base cronológica da argumentação e que estudar filosofia ajuda muito o raciocínio lógico e a compreensão de eros. Com certeza uma bela influência que guardamos de nossa mãe. Meu irmão, por exemplo, é pós-graduado em filosofia na Alemanha. Vai debater com ele pra ver se é um passeio no parque?
Ao mesmo tempo por ser criado num lar plural, com pai Trabalhista e mãe Udenista, aprendi desde sempre que a discussão política é basilar no pensamento humano. Somos animais políticos e que esta só -E SOMENTE SÓ- deve ser travada num ambiente de respeito às ideias dos interlocutores. Caso contrário quebraríamos os pratos em cada refeição lá em casa. Pelo contrário, sempre fomos da sopa à sobremesa e saímos alimentados, com os pratos salvos e com a cabeça sempre um pouco mais aberta a novas propostas.
Casualmente li, esta semana, um texto publicado pela revista americana Foreign Affairs (https://www.foreignaffairs.com/…/201…/your-brain-nationalism) que fala das interpretações feitas pelo córtex cerebral mediante estímulos contraditórios e ações mecânicas não usuais, em pleno escaneamento cerebral. As reações sempre tardam quando o raciocínio entra em ação, deixando claro que o ser humano traz razões culturais. Pelo estudo os próprios fundamentos do afeto e da cooperação também estão na raiz dos impulsos sombrios da humanidade. A culpa não é cultural; é atávica. O hormônio ocitocina, o mesmo que regula seu afeto e docilidade pela mãe desde o tempo do peito, quando vc não compreendia nada, é o mesmo responsável por agregar e dar estrutura fraternal a grupos heterogêneos, como um time de futebol ou uma claque partidária. É ela, a ocitocina, que leva os mamíferos a esse comportamento gregário e de proteção de grupo, mas que os faz feroz contra quem aparentemente está fora, quem não pertence ao mesmo “clã”. E a liberação do hormônio torna o grupo feroz, além de irracional. Sejam estes, chimpanzés de Uganda, torcedores de um clube de futebol, ou uma claque política.
Quem não aprende a controlar seus instintos, usando a razão a seu favor, vai sempre agir como um bando que precisa proteger os seus a todos custo, mesmo que não esteja sendo atacado, enquanto vai tentar destruir aquilo, ou quem, foi detectado como inimigo. É este o motivo científico da radicalização do debate, do “nós contra eles”. E a dissonância cognitiva daqueles que não tentam entender o contraditório, preferindo fechar-se no casulo do pensamento único, os levará a quebrar os pratos antes de aproveitar a refeição, inviabilizando duas coisas fundamentais à espécie humana: alimentar-se e desenvolver ideias, mas enfim, quem prefere se comportar como um bando de chimpanzés, não vai ter capacidade para entender o contraditório e fazer evoluir ideias dentro de um cérebro limitado.
Daí pra se apaixonar pelo algoz, por quem o colocou no cativeiro e causou sua tragédia, pq o alimenta e o mantém dentro do mesmo grupo é apenas uma demonstração de Síndrome de Estocolmo

segunda-feira, 24 de junho de 2019

Noite de São João em Outros Tempos

No século passado esta seria uma segunda-feira pra pedir uns Pilas ao pai, antes dele sair para o serviço e, à tarde, pedir à mãe pra nos levar na Caramuru, ali na Cristóvão Colombo. “Caramuru, os Fogos que NÃO dão chabu…” dizia a propaganda. Levou anos para que mamãe permitisse comprar algo mais estridente que os inocentes “Estalinhos Bebê”, que de tão inofensivos podíamos estourá-los num estalar de dedos. Mas a gente foi crescendo e, apesar de ainda precisar pedir as merrecas pro pai, já saímos com os amigos pra comprar fogos, pois alguém sempre conhecia algum armazém onde havia os temidos “Cabeças de Negro”. Tudo isso pra estourar na Festa de São João, ao redor da fogueira, ao som de música alta e sempre tentando um quentão, pra acompanhar a pipoca e o pinhão. 
As fogueiras, cada vez mais altas, eram vistas nas praças de cada bairro ou clube e, se estivesse na estrada, podia-se avistá-las na entrada de cada cidade. Não é porque eu fosse pequeno que tinha a impressão de que elas eram tão altas; elas eram grandiosas mesmo. Tudo começava com um poste conseguido junto à CEEE. Naquela época os postes eram todos de madeira e a estatal de energia elétrica possuía lavouras de eucalipto para seu abastecimento. Só que aqueles postes têm vida útil limitada, pois a parte da madeira que é enterrada apodrece e eles precisam ser substituídos por novos. Os antigos, eram os alvos das associações de bairros, clubes, escolas e prefeituras para as festas juninas, enterrados no local da festa e em volta eram atirados pneus, restos de construções, galhos secos e tudo o mais que fosse inflamável.
Naquela época fazia frio em Junho, portanto estar perto de uma enorme fogueira em chamas era um bom programa e, quando mais ao fim da festa a estrutura ruía, era hora de pular o braseiro que ocupava uma imensa circunferência em meio ao ambiente da festa. Claro que esta proeza não era facultada aos piás, pelo risco envolvido, mas aos mais taludinhos e, invariavelmente aos tiozãos tchucos de tanta canha com quentão. Esses fatalmente terminavam a noite visitando o Pronto Socorro, com dedos a menos nas mãos pelo vacilo em alguma explosão de rojão, ou queimaduras generalizadas pelo corpo, depois de caírem na fogueira. Todos os anos assistíamos ao Flavio Cavalcanti implorando em seu programa de Domingo à noite para que as pessoas não brincassem com fogos, mas o noticiário do dia 25 era um rol de queimados e pessoas que perderam partes das mãos nas festas. 
Eram tempos mais leves e os guris se divertiam muito no dia seguinte à festa, aprontando com as bombas que sobraram. Encontrar um descampado onde se explodiam os Cabeças de Negro com latinhas vazias, só pra ver quantos metros aquilo subia no céu. Eu, de exibido, levei ao colégio pra mostrar aos colegas, quando o Nelson me dedou ao Seu Olavo e lá fui eu fazer minha primeira visita à diretora, Dona Wilma que, atenciosa como sempre, pediu que eu não levasse mais fogos para a escola. Em casa, o couro comeu, pois o Xerife havia carimbado uma mensagem, no meu Caderno de Deveres, para minha mãe assinar e ficar ciente do ocorrido. Depois de me aquecer com aquela imensa fogueira na noite de São João, na noite seguinte foi vez de esquentar antes do banho, com o couro da cinta de papai, habilmente manuseado por minha mãe. Outros tempos

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Piada Errada e Uma Coincidência Nefasta

   Entrei no imponente local de eventos, depois de deixar a possante com o “valet” e me dirigi à “promenage”, onde cheguei me apresentando da seguinte forma: “boa noite eu sou o pai da noiva”. Foi o que bastou para aquelas recepcionistas em forma de deusas me tratarem com uma reverência que eu gostaria ter tido de alguma das minhas esposas. Ato contínuo destinaram alguém para me conduzir ao lugar a mim reservado e assim fui entrando e vendo uma decoração de flores e luzes que deve ter custado um barco a motor, com Comodoro e sereias. Comecei a ficar impressionado e ligeiramente preocupado, até que fui chegando ao local que deveria a mim ser reservado e notei que não conhecia pessoa alguma e que a decoração não combinava com a da formatura de minha filha.
   Sim, foi uma infeliz brincadeira minha que coincidiu com o fato de eu estar no lugar errado, nos altos de Belém Velho, desconhecido por mim até no claro do dia, que dirá àquela altura da noite. Eu estava no local errado, no evento errado e tinha lançado mão da piada errada. E agora, como fazer o tempo voltar atrás??? Tratava-se mesmo de um casamento e toda equipe de suporte acreditou que eu era o pai da noiva.
   Só me restou sair de fininho dizendo que tinha esquecido as alianças no carro e me fui em direção à saída. Agora quando cheguei lá e pedi o carro de volta ao coordenador da equipe de “valets” disse que tinha mto automóvel no pátio e que iria demorar pra buscarem o meu de volta. Por sorte apareceu o largador para quem eu tinha entregue as chaves da possante e ele lembrava onde a tinha guardado. Desci com ele pelo interminável estacionamento, entramos no carro, ofereci uma gorjeta e lá fui eu procurar onde raios ficava a casa de eventos em que acontecia a festa de formatura de minha filha.

quarta-feira, 12 de junho de 2019

Dia dos Namorados

Originalmente publicado em 12/6/2015
Ela insistia, gostava, achava normal caminhar comigo de mãos dadas, com os dedos entrelaçados. Eu não, apenas, não gostava como morria de vergonha que me vissem naquela situação. Sempre gostei de andar de mãos dadas de conchas; assim foi com meu pai, com minha mãe e com as meninas mais tarde. Jamais tinha visto um pai andar de dedos entrelaçados com o filho, ou filha. Ao mesmo tempo eu gostava de me exibir caminhando com o braço por cima do ombro dela. Loira, alta, praticamente a exibia como um prêmio. Coisa da criação machista desse sul de mundo latino em que nasci e cresci.
Apesar disso fui amadurecendo e aprendendo a tratar das coisas do amor e da relação em casal. Conceder e avançar é a regra do jogo. É o que os namorados fazem até se decidirem um pelo outro definitivamente. O problema é parar de fazer isso quando tomaram a decisão e deram o passo mais definitivo e depois parar de jogar, deixar de conceder e avançar sempre. Entrar na monotonia, na rotina e não conseguir mais avançar, por ter perdido a habilidade de conceder. É preciso arriscar, mesmo que você tenha medo de perder. Friozinho na barriga é obrigatório para trazer novas emoções. Velhas emoções são boas pra álbum fotográfico, ou pra contar aos netos. Mas uma relação entre duas pessoas que se amam, precisa ter sempre emoções novas. Elas são o combustível que vai manter o motor da relação andando. Portanto não se acomode.
Quando se viaja pelo mundo e se conhece gentes e culturas diferentes, se aprende formas diferentes de amar entre as pessoas. E se aprende que o importante é deixar de lado os preconceitos e frescuras e não ter medo de demonstrar o que sente. Passeando pelas ruas centrais de Johannesburg reparei que os homens andam de mãos dadas. Isso mesmo. Da mesma forma que os brasileiros temos o hábito de andar uns com o braço por sobre os ombros dos amigos, especialmente quando precisamos contar algo ao pé do ouvido, eles andam de mãos dadas e… de dedos trançados.
E eu, cheio de frescura pra andar pelas ruas de Porto Alegre de mãos dadas, com os dedos trançados com o amor da minha vida. Não vá perder seu tempo como eu fiz, com bobagens. Rasgue o peito e deixe voar esse amor que está enjaulado aí dentro. Hoje é o melhor dia do ano pra fazer isso. Não deixe pra depois. Ame e seja amado. Você merece, aquela pessoa especial também. O mundo fica melhor com mais pessoas se amando. Feliz noite de Santo Antonio a todos!

sábado, 8 de junho de 2019

5 Anos Sem o Ídolo

Originalmente publicado em 8/6/2014

O ídolo não é um amigo íntimo que frequenta nossa casa, ou nós a dele. É uma referência em algo que faz e que gostaríamos fosse tomada como exemplo pelos outros, por nossos filhos até. A exceção é quando este ídolo é o pai, que está conosco desde que viemos ao mundo e cujos passos tentamos seguir, tentando trilhar uma caminhada tão edificante quanto o exemplo que ele deu. Mesmo assim, na maioria dos casos, ele acaba partindo e resta um vazio naquela mesa onde tá faltando ele e a saudade dele tá doendo em mim.

Já o ídolo que não nos é íntimo, quando parte, deixa uma tristeza sim, sentimento este que é logo seguido pela sublimação da referência que ele sempre significou. Seguirá com o mesmo brilho, sendo a mesma referência, pois sabemos que ao levantar o luto reverencial, seguiremos olhando as pegadas tão bem alinhadas no caminho que este ser diferente nos mostrou possível.

Os Colorados perdemos neste findi uma referência insuperável. O Capitão do time que nos deu a glória máxima de um Título Mundial. Aos 36 anos, rico, boa pinta, um atleta que sabia usar as palavras, um líder dentro e fora de campo, além de jogador com qualidades definitivas. Fernandão, o cara tangível, não está mais entre nós para pegarmos um autógrafo ou tirarmos uma "selfie" a seu lado, mas seu exemplo, sua referência estará sempre mostrando o caminho, nossa senda de vitórias, Colorado das glórias, orgulho do Brasil.


Valeu Capitão!!!

segunda-feira, 3 de junho de 2019

Saudade Até Que É Bom

   Súbita saudade da época em que passava tanto tempo ouvindo rádio que decorava quase todos os jingles publicitários. “Saco, sacou, Saco e Cuecão… Moinhos, Salgado e Malcom” era a assinatura de todas as campanhas de uma rede de moda jovem que não está mais por aí.

   Tentaram lançar um jornal vespertino pra concorrer com a Folha da Tarde e lá veio o jingle: “papel sem qualidade me limpa toda tarde quero Hoje, vou limpar com ele… as piranhas na polícia, os travestis a putaria em geral; vou cagando e limpando em minhas mãos está um cocô de jornal”, claro essa era a corruptela do canção alardeada nas rádios e TV, mas foi a que ficou na cabeça e deve ter contribuído para o insucesso do vespertino.

  “USTóóópe, desbota e perde o vinco… denin indigo blue” a marca de uma calça que fez a transição do brim coringa para o jeans no Brasil daquela geração que cantava “hoje existe tanta gente que quer nos modificar, não quer ver nossos cabelos assanhados com jeito, nem quer ver a nossa calça desbotada o quê que há, se o amigo está nessa ouça bem: NÃO TÁ COM NADA!”

  Era o comércio pressionando a liberação de costumes contidos por uma ditadura que já respirava por aparelhos e que contra-atacou com um melodrama que tentava resgatar toda aquela moral; “este ano, quero paz no meu coração, quem quiser ter um amigo que me dê a mão, o tempo passa e com ele caminhamos todos juntos sem parar, nossos passos pelo chão vão ficar, marcas do que ficou sonhos que vamos ter, como todo dia nasce novo em cada amanhecer, UOUOU..!” Era mto importante esse “uouuou”, mas o tiro saiu pela culatra e o troço virou troça. Não tinha a força do “Eu te amo meu Brasil, eu te amo, meu coração é de Jesus e meu pulmão da Souza Cruz, eu te amo meu Brasil, eu te amo, ninguém segura os maconheiros do Brasil”, mas também virou gozação.


   Sinto saudades do tempo em que tinha tempo pra ver o tempo passar. A juventude é uma idade horrível que apreciamos apenas no momento em que sentimos saudade dela

sábado, 1 de junho de 2019

Fiz O Que Pude Com Muita Honra

Em 9 de fevereiro nasceu meu pai, Albino Ernesto Poli. Naquela colônia a léguas de qualquer civilização, 3º dos 9 filhos de Giovane e Angela, um lugar chamado Coronel Pillar, entre Garibaldi, Bento Gonçalves, próximo às nascentes do rio Taquari. Aliás, como bom gringo, o pai sempre falou com um sorrisão das pescarias no Taquari, o qual atravessava na mesma balsa que até hj está lá pros lado de Santa Teresa, pegado ao velho alambique cujo dono casou-se com uma prima dele.
Os filhos dos imigrantes italianos sabiam, desde o nascimento, que só teriam comida a custo de trabalho e, apesar disso, não deixavam de frequentar a escola primária ali existente. Só que, pra acordar antes do raiar do sol e sair no barro congelado pela geada da serra gaúcha no inverno, as crianças precisavam de sapatos, que na época custavam caro e eram feitos sob medida. Cansado de apertar os pés nos calçados surrados que herdava do irmão mais velho, o jovem Albino tanto fez que chegou a hora de conquistar o direito de mandar fazer um par sob medida para si próprio. Sabedor de que aquilo custaria um quinhão nada fácil de acumular por meu avô, criou coragem e perguntou ao patriarca o quanto significava para a família. "Custa tanto quanto um burro" explicou o nôno. "Pois eu prefiro o burro" optou meu pai, já que o sapato só serviria por pouco mais de uma ano, pois estava em fase de crescimento e no lombo do animal poderia ir pra escola sem queimar os pés no orvalho congelado. E ainda podia alugar o animal aos vizinhos para ararem suas roças, enquanto ficava dentro da sala de aula.
Assim o seu Poli juntou seu primeiro pé de meia, que o possibilitou a concluir o primário, fazer admissão e se bandear pra Garibaldi, onde foi o único filho a cursar o ginásio e partir pra uma vida diferente da sua origem. Um homem de poucas palavras, mas que devorava 3 jornais diários; que adorava geopolítica, não fumava nem bebia. Adorava o professor Keneth Cooper e caminhava uma hora por dia já no tempo da TV em preto e branco. 
Sempre deu o melhor aos filhos, sem nos mimar nem permitir extravagâncias. Suas únicas exigências: "estudem e não me decepcionem".
Espero não ter decepcionado, pai, pois o senhor segue sendo meu herói

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

TCHAU RENAN: Deu Pra Ti

Ouça a versão do texto em Podcast por aqui

Dificilmente em algum momento da história, tantos brasileiros passaram um sábado grudados nos acontecimentos do Senado da República. Assim como ocorreu no “Fora PT” que terminou por eleger Jair Bolsonaro Presidente da República, os brasileiros sentiram a necessidade de se unir novamente e clamar pelo exorcismo da nefasta figura do Senador Renan Calheiros no comando da casa revisora do Congresso Nacional.
Apesar de todos os desmandos, truculências, liminar pré-datada anulando reunião preparatória da eleição da mesa, Ministro do Supremo tendo que despachar depois das 3h da madrugada para validar a tal liminar, tentativa de surrupiar o livro de ordem dos trabalhos da sessão e todo o tipo de baixaria, quando tudo se ajustou ao formato da velha política, eles cometeram um excesso imperdoável. Fraudaram a urna na frente das câmeras de TV para TODO O BRASIL VER. Aí a maionese desandou. Você pode ficar pasmo; como assim fraudam votos na frente de todos, mas não é demais lembrar que um dos senadores destacado para “FISCALIZAR” a urna foi Acir Gurcaz, do PDT de Rondônia, que tem residência fixa no Presídio da Papuda, pelos próximos 4 anos, mas tem autorização da Justiça para sair e “trabalhar” durante o dia.
Enquanto os detratores da democracia e porta-vozes do atraso não recuperavam forças para voltar a comandar o espetáculo, as novas vozes do Congresso fizeram valer sua presença e exigiram nova votação para Presidente do Senado. Exigindo que a eleição fosse feita em cédulas que poderiam ser mostradas antes de irem pra urna. Os mequetrefes da velha política reclamaram, gritaram e tentaram reagir, mas pouco depois de metade dos votantes terem sufragado seu voto mostrando a cédula e do filho do Presidente da República, Flávio Bolsonaro ter aberto seu voto em Davi, a velha praga que assola a Capital Federal desde 1990, Renan Calheiros exigiu a palavra e renunciou à candidatura a Presidente, dizendo que “O Davi era na verdade Golias”. Era o 7x1 que o Brasil precisava pra lavar de vez tanta derrota entalada na garganta por 3 décadas.
Enquanto os votos da nova eleição eram contados, o Presidente da sessão, José Maranhão do MDB da Paraíba, pediu pra sair. Logo em seguida seria anunciado que o escolhido para assumir a presidência pelo biênio 2019/20 foi o Senador Davi Alcolumbre, do DEM do Amapá, com 41 anos e que conquistou 42 votos, mais da metade dos 81 presentes, mesmo que apenas 77 tenham votado. Apesar disso, quem mais chama atenção neste novo Congresso é outro jovem, José Regufe, com 46 anos, do Distrito Federal e sem partido. Pois o Senador Regufe lançou como plataforma na corrida à presidência um rol de 7 propostas. São elas
- fim dos salários extras para Senadores
- fim da verba indenizatória
- fim dos carros oficiais
- redução do número de assessores em cada gabinete de 55 para apenas 12
- redução da verba para o pagamento de assessores para - menos da metade de hj
- fim do plano de saúde vitalício dos Senadores
- fim da aposentadoria especial dos Senadores
O próprio Regufe protocolou no Senado sua adesão a estas medidas em caráter irrevogável, no 1º dia da atual legislatura, ou seja: nem que ele desista, pode voltar atrás. Essas medidas significaram no gabinete que dirige uma economia de 16 Milhões de Reais. Se as mesmas forem estendidas aos demais 80 gabinetes, o Senado economizaria 1 Bilhão e 300 Milhões de Reais de poupança do meu, do seu, do suado dinheiro dos nossos impostos. Seria um bom começo de redução nas despesas de uma casa parlamentar que tem 10mil funcionários para atender apenas e tão somente 81 senadores. Certo ou maluco, Regufe conquistou mais votos que Renan na eleição entre seus pares. Será que chegou a hora do Senado da República começar a pensar um pouco mais em trabalho e menos em regalias e privilégios? 
Bem, uma coisa é certa: chegou a hora em que o Senado disse “TCHAU RENAN"... ao menos da Presidência do Congresso

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Tááh Calooor

Se preferir ouvir a versão Podcast, clique aqui

Ah, tá calor??? Pois saiba que NÃO vai passar tão cedo e que este não será o verão mais quente do século. A previsão de calor para o ano que vem é ainda pior. Claro, este ano o calor ainda chegou acompanhado por El Niño, causando inundações como as que já submergiram a fronteira oeste do Rio Grande do Sul, ou aquela que transformou a mais bela estrada do sul brasileiro, a da Serra do Rio do Rastro, em corredeira.
Povo aqui costuma dizer que “FAZ UM CALOR SENEGALESCO”… mal sabe que no Senegal, no auge do verão quando sopra o vento que vem do deserto norte-africano, os nativos comentam entre si: “QUE CALOR PORTO-ALEGRESCO…” segundo afirma o jornalista Márcio Pinheiro.
E com este calor senegalesco, basta vc sair à rua que dá de cara com uma gorda de short, toda suada. Na caminhada desta manhã, não tinha nem andado uma quadra e lá estava ela, com seu perfil inflado, suando em bicas e atochando os ouvidos do coitado que a atura. A gorda de short. Um personagem definitivo desta temporada, como a Jenifer do videoclipe da “Música do Verão 2019”(mais de 21 milhões de reproduções no Spotify e 94 milhões no YouTube), pois conta a história em que o cantor Gabriel Diniz aparece na frente da ex-namorada com uma dessas gorduchas, cheia de energia, na verdade a atriz Mariana Xavier, que ele diz ter encontrado no Tinder. 

Mas voltando ao calor obsceno que faz no verão 2019 nesse  Brasil tropical, queriam o que? Se no último verão chegou a fazer 45º no Japão e 47º na França, queriam que no  Brasil fizesse temperaturas mais amenas? Claro que tudo piora com esses novos aplicativos de celular que apontam várias informações complementares, especialmente as que se referem à “SENSAÇÃO TÉRMICA”.  No momento em que escrevo esse texto marca 37º de sensação térmica, mas nesta estação já chegou a 60º, a tal “sensação”.

Então vamos lembrar das coisas boas que chegam com o verão, em especial as festas que iniciam em dezembro e, em 2019, vão até a 2ª semana de Março, quando termina oficialmente o Carnaval. Tudo começou pela festa de fim de ano da escola ou do trabalho, com a sempre lamentável troca de presentes do “Amigo Secreto”. Depois vem a inevitável ceia de Natal com a família, em especial com o Tio do Pavê e aquele cunhado que sempre bebe demais e faz o que não deve.

E pra completar a grande festa da virada… De HO HO HO HO a Reveillon com menos de uma semana pra curar a ressaca. Todos de branco, champagnes estourando, as tias rindo alto sob efeito da birita, fogos estourando no céu, cães se escondendo embaixo da cama, pular 7 ondinhas, comer lentilha, uvas e romã.

Pois mal entra o ano novo e os boletos se acumulam, mas tudo é festa enquanto houver verão e… sua TV é invadida pelo maior programa de festas mundanas, que começa em janeiro e só termina depois do Carnaval. Férias estudantis, gente nova e bonita desfilando corpos com quase nenhuma roupa por nossos 8mil quilômetros de praias. Água de côco, caipirinha e cerveja, muita cerveja. 

E como verão combina com praia, já que não posso controlar o clima, só me resta desejar que os leitores se refresquem em Mares de Cerveja..! Um brinde e aproveitem o calor