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segunda-feira, 3 de junho de 2019

Saudade Até Que É Bom

   Súbita saudade da época em que passava tanto tempo ouvindo rádio que decorava quase todos os jingles publicitários. “Saco, sacou, Saco e Cuecão… Moinhos, Salgado e Malcom” era a assinatura de todas as campanhas de uma rede de moda jovem que não está mais por aí.

   Tentaram lançar um jornal vespertino pra concorrer com a Folha da Tarde e lá veio o jingle: “papel sem qualidade me limpa toda tarde quero Hoje, vou limpar com ele… as piranhas na polícia, os travestis a putaria em geral; vou cagando e limpando em minhas mãos está um cocô de jornal”, claro essa era a corruptela do canção alardeada nas rádios e TV, mas foi a que ficou na cabeça e deve ter contribuído para o insucesso do vespertino.

  “USTóóópe, desbota e perde o vinco… denin indigo blue” a marca de uma calça que fez a transição do brim coringa para o jeans no Brasil daquela geração que cantava “hoje existe tanta gente que quer nos modificar, não quer ver nossos cabelos assanhados com jeito, nem quer ver a nossa calça desbotada o quê que há, se o amigo está nessa ouça bem: NÃO TÁ COM NADA!”

  Era o comércio pressionando a liberação de costumes contidos por uma ditadura que já respirava por aparelhos e que contra-atacou com um melodrama que tentava resgatar toda aquela moral; “este ano, quero paz no meu coração, quem quiser ter um amigo que me dê a mão, o tempo passa e com ele caminhamos todos juntos sem parar, nossos passos pelo chão vão ficar, marcas do que ficou sonhos que vamos ter, como todo dia nasce novo em cada amanhecer, UOUOU..!” Era mto importante esse “uouuou”, mas o tiro saiu pela culatra e o troço virou troça. Não tinha a força do “Eu te amo meu Brasil, eu te amo, meu coração é de Jesus e meu pulmão da Souza Cruz, eu te amo meu Brasil, eu te amo, ninguém segura os maconheiros do Brasil”, mas também virou gozação.


   Sinto saudades do tempo em que tinha tempo pra ver o tempo passar. A juventude é uma idade horrível que apreciamos apenas no momento em que sentimos saudade dela

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