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quarta-feira, 25 de março de 2020

Tá Todo Mundo Louco

Tá cada um correndo pra um lado e agindo como se só o seu importasse e isso, decididamente não nos ajuda. Sem falar no uso político descarado por parte da oposição ao governo federal. Sendo que poucos estão dando voz, ou prestando atenção ao que é realmente importante neste momento: o tempo e a observação daquilo que ele nos pode oferecer enquanto passa.
Entre sexta-feira(20/3) e sábado(21/3), viralizou pelas redes sociais a informação de um encontro virtual entre o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e grandes empresários, quando foi feito o pedido de que todos usassem suas influências para paralisar o Brasil até o dia de hoje, quarta-feira(25/3). E isto foi feito com razoável sucesso.
Qual o resultado? A observação passo a passo, hora a hora, dia a dia, já foi tabulada e os dados estão sobre as mesas das autoridades da República a ponto que o Presidente Bolsonaro se apressou a fazer algo que sequer é do seu feitio: requisitou Rede Nacional de Rádio e TV pra dizer que está na hora de buscarmos a normalização gradual da atividade econômica.
A partir desta segunda-feira, devemos manter e reforçar o isolamento das pessoas infectadas, colocar em quarentena pessoas que possam estar infectadas e isolar idosos acima de 80 anos, ou aqueles que apresentam doenças, mesmo que elas não estejam relacionadas com o vírus chinês. Ao mesmo tempo devemos mandar nossas crianças de volta para a aula e abrir as escolas. Fábricas devem ser reativadas, shoppings e padarias devem voltar a trabalhar dentro das restrições recomendadas, mas reabrir e prestarem seus serviços. 
Baseado em que digo isso? Na observação de como foi combatido o coronavírus com sucesso. 
O 2º lugar originalmente atacado pelo vírus chinês, a província de Hubei, na China, sofreu uma intervenção chamada de “Estratégia de Supressão”. No local habitam 60 Milhões de pessoas, população equivalente à da Itália, numa concentração habitacional infinitamente superior à da Lombardia, principal foco da doença na Europa. Houve um bloqueio inicial, semelhante e mais severo ao que houve aqui. Num período curto chegou-se ao pico de infecções e, 12 dias depois começaram a despencar o número de casos confirmados. Há mais de uma semana que Hubei apresenta casos de contaminação comunitária zero e todos os casos descobertos neste período é de gente que veio de fora.
Em Porto Alegre, cidade com 1,4 Milhão de habitantes e densidade demográfica 17 vezes menor que a de Milão, na Lombardia, já tivemos o anúncio de 8 pessoas contaminadas que já apresentaram a imunidade. Este é o ciclo. A partir de segunda-feira(30/3), temos de voltar à normalidade. O tempo que precisava ser ganho já o foi. Agora é hora de tentar salvar a economia e as fontes de trabalho e renda de cada um. Já usamos o tempo a nosso favor. Agora é o momento de usar de bom senso e deixar de lado a insanidade. Não existe vacina; a única forma de adquirir imunidade é depois do contágio. Pessoas vão morrer? Sim, mas muito menos do que tantas que podem morrer de fome se não retomarmos a normalidade

segunda-feira, 16 de março de 2020

COMBATENDO VÍRUS COM HIPOCRISIA

Desde o meio da semana passada a extrema imprensa passou a divulgar massivamente o perigo das concentrações de pessoas, face a pandemia do coronavírus. Um movimento nitidamente orquestrado para que as manifestações populares contra a corrupção não acontecessem. O resultado foi o contrário, com milhões de brasileiros voltando a cobrir as ruas de dezenas de cidades brasileiras, sem medo de serem felizes.
Inclusive na Capital Federal, onde milhares de manifestantes fizeram questão de chegar até o Presidente da República e demonstrar o clamor popular pela luta contra a corrupção. Bolsonaro recebeu os manifestantes mantendo o distanciamento recomendado pelo Ministério da Saúde, por um bom tempo, mas acabou sucumbindo aos apelos de carinho e apoio, terminando por fazer selfies e cumprimentar seus eleitores. 
Ato contínuo, os representantes do Centrão, que comandam a corrupção no Congresso, Botafogo e Batoré, deram entrevistas à noite num evento que reuniu 1.300 convidados em SP, para a inauguração de um novo canal de TV, acusando o Presidente de irresponsabilidade por se juntar ao povão. Provavelmente porque paletó e gravata devem proteger a contaminação pelo vírus com mais eficiência que as máscaras cirúrgicas verde-amarelas usadas pelos manifestantes espalhados pelas ruas de todo o Brasil.
A pergunta que não quer calar nessa guerra de desinformação estimulada pelos poderosos engravatados: o que farão os milhões de brasileiros que precisam se espremer no transporte coletivo para chegar a seus locais de trabalho? As diaristas vão ficar em casa sem receber seus minguados caraminguás com os quais compram o alimento de suas famílias? Parece que presidentes da Câmara e do Senado perderam boa oportunidade de saírem de cena, mas ao insistirem em não resistir às luzes da ribalta, nem perder 15s de fama, deixaram claro que a velha política brasileira prefere seguir combatendo problemas de saúde pública com hipocrisia, em vez de atitudes reais

quarta-feira, 4 de março de 2020

QUATROCENTÃO

Existe uma parte do Brasil que dá certo. É a chamada “locomotiva” desse desordenado país, sempre em via de descarrilhar. Chama-se São Paulo, onde se concentra cerca de um terço do PIB brasileiro, algo em torno de R$ 2,09 trilhão, em 2017, proporcionando R$ 46.412,30 de renda per capita -índice de 1º mundo. Sua capital, onde os gaúchos adoram fazer morada, já está entre as 10 cidades mais ricas do mundo e será em 2025, a 6ª cidade mais rica do planeta.
Ao mesmo tempo o paulistano tem um apego inseparável com o passado, especialmente com seus personagens. Vinha passando pela frente da Prefeitura Municipal, quando vi um bolinho; fui ver e era, ninguém menos que Eduardo Suplicy, atual vereador pela capital paulista, depois de 24 anos como senador da república, distribuindo cumprimentos, selfies e beijos. Contei ao motorista do aplicativo que peguei minutos depois e o comentário foi: “não fez nada em um quarto de século como senador, nada faz como vereador e agora quer ser prefeito; não duvido que se eleja…” Lembrando que a ex-mulher dele, Marta Suplicy, tb é candidata à Prefeitura de si mesmo, já que nenhum partido endossa sua candidatura. Convém lembrar que o apego dos paulistanos a essas figuras do passado, não tem limites e, tanto ela quanto Luiza Erundina, já foram prefeitas de São Paulo e são eternas candidatas em ano de eleição.
Ainda ontem, assistia num canal de TV local, vasta matéria sobre coronavírus, onde um dos médicos convidados para comentar o assunto no estúdio era, ninguém menos que Geraldo Alkmin, aquele que depois de ser Prefeito e Governador por duas vezes, concorreu a Presidente e chegou com 1% dos votos, apesar de ter o maior tempo de Rádio/TV entre todos os candidatos.
Meu pai costumava brincar com o paulistano “quatrocentão”, referência aos 4 séculos de aniversário de Sampa -julho de 1954- onde o dinamismo arrojado do edifício sede do Banespa e seus 161m de altura contrastavam com a Catedral da Sé e suas torres com 92m de altura, inaugurada para celebrar a ocasião. Progresso e apego ao passado se mostram sempre bem nítidos nesta metrópole improvável, onde todo o tipo de arrojo e conservadorismo se mostra provável