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quarta-feira, 4 de março de 2020

QUATROCENTÃO

Existe uma parte do Brasil que dá certo. É a chamada “locomotiva” desse desordenado país, sempre em via de descarrilhar. Chama-se São Paulo, onde se concentra cerca de um terço do PIB brasileiro, algo em torno de R$ 2,09 trilhão, em 2017, proporcionando R$ 46.412,30 de renda per capita -índice de 1º mundo. Sua capital, onde os gaúchos adoram fazer morada, já está entre as 10 cidades mais ricas do mundo e será em 2025, a 6ª cidade mais rica do planeta.
Ao mesmo tempo o paulistano tem um apego inseparável com o passado, especialmente com seus personagens. Vinha passando pela frente da Prefeitura Municipal, quando vi um bolinho; fui ver e era, ninguém menos que Eduardo Suplicy, atual vereador pela capital paulista, depois de 24 anos como senador da república, distribuindo cumprimentos, selfies e beijos. Contei ao motorista do aplicativo que peguei minutos depois e o comentário foi: “não fez nada em um quarto de século como senador, nada faz como vereador e agora quer ser prefeito; não duvido que se eleja…” Lembrando que a ex-mulher dele, Marta Suplicy, tb é candidata à Prefeitura de si mesmo, já que nenhum partido endossa sua candidatura. Convém lembrar que o apego dos paulistanos a essas figuras do passado, não tem limites e, tanto ela quanto Luiza Erundina, já foram prefeitas de São Paulo e são eternas candidatas em ano de eleição.
Ainda ontem, assistia num canal de TV local, vasta matéria sobre coronavírus, onde um dos médicos convidados para comentar o assunto no estúdio era, ninguém menos que Geraldo Alkmin, aquele que depois de ser Prefeito e Governador por duas vezes, concorreu a Presidente e chegou com 1% dos votos, apesar de ter o maior tempo de Rádio/TV entre todos os candidatos.
Meu pai costumava brincar com o paulistano “quatrocentão”, referência aos 4 séculos de aniversário de Sampa -julho de 1954- onde o dinamismo arrojado do edifício sede do Banespa e seus 161m de altura contrastavam com a Catedral da Sé e suas torres com 92m de altura, inaugurada para celebrar a ocasião. Progresso e apego ao passado se mostram sempre bem nítidos nesta metrópole improvável, onde todo o tipo de arrojo e conservadorismo se mostra provável

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