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domingo, 6 de abril de 2025

Tds sabem que meu aniversário cai no dia 4 de abril, até pq metade do Rio Grande celebra essa data, pois outro aniversariante é o Colorado Campeão de Tudo, que abriu as portas do Templo Sagrado da Beira Rio num 4 de abril, embora o jogo inaugural fosse no dia 6. Entre esses dois dias, tem um 5 no meio e, de volta para o presente, essa data caiu no sábado, dia em que os filhos podiam pegar os netos e me levar para passar uma jornada perfeita.

O local escolhido para a saga foi na zona rural de Viamão, a Estância das Oliveiras e o clima outonal não podia estar mais perfeito, onde cheguei acompanhado de meus dois filhos, Marco e Luiz, precisamente ao meio-dia, quando o churrasco já estava quase no ponto. Ato contínuo escolhemos uma mesa à sombra de uma figueira, defronte a um vasto gramado onde as crianças poderiam correr e brincar. Para quando cansassem levei 2 presentes aos pequenos: um jogo de xadrez portátil que eu guardava d'antanho para o Chico e uma Babushka Matryoshka para a Guta, trazida da Rússia por minha mãe, ainda dos tempos da URSS. Acertei em ambos e deu resultado perfeito para os manter entretidos em nossa mesa, enquanto Juliana -minha filha e mãe da dupla, bem como o pai -Pinho, meu genro- conseguiam a trégua necessária para almoçarem.
Acompanhei o repasto com uma Sangria que estava perfeita, pois as primeiras taças ainda realçavam o sabor do vinho, enquanto as derradeiras contidas na jarra já concentravam o dulçor da frutas ao fundo. Perfeito para acompanhar a sobremesa, um sorvete com amêndoas crocantes e devidamente temperado com azeite, seguido de chá de folhas de oliva.

Ao fim de toda aquela comilança, um bom momento para passear no bosque enquanto seu lobo não vem; mais precisamente conhecer o olival e o lagar onde azeitonas são transformadas em azeite extra-virgem. Com direito a degustação, por óbvio e a tradicional passagem pela lojinha... afinal seria um pecado voltar da Estância das Oliveiras sem algum exemplar do azeite brasileiro mais premiado internacionalmente.

Até aqui td perfeito, mas sabemos que a vida não é perfeita e a ninguém é dado o direito de uma jornada tão perfeita. Perguntei à minha filha se ela se importava em voltarmos pra Porto Alegre um pouco mais cedo. Ela quis saber o porquê. Respondi que tinha um outro churrasco ao qual eu não podia faltar. Antes que ela explodisse -a parte italiana do seu sangue de mim herdado faz com que ela exploda amiúde- eu mostrei a mensagem do Crematório Metropolitano com o nome de meu querido amigo Ricardo Kadão Chaves que nos deixou justamente no dia do meu aniversário. Ela compreendeu, juntou td que é necessário pra encerrar nosso dia perfeito na zona rural com as crianças e me deixou em casa a tempo de eu me dirigir ao crematório e depositar um ramo de oliva no caixão daquele gigante da Reportagem fotográfica, que sempre brindou os amigos com as maravilhosas histórias de suas aventuras, viagens das quais sempre voltou, mas sei que dessa derradeira viagem o amigo não vai retornar.
Nada é perfeito no mundo dos humanos e que aquele ramo de oliveira seja teu salvo conduto para a paz eterna, rumo à perfeição, Kadão