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domingo, 13 de outubro de 2024

A Perda da Conquista do Espaço

Quando criança, ao menos 2 vezes por mês, mamãe me levava ao aeroporto Salgado Filho, para buscarmos meu pai que vinha passar uns dias na nossa Porto Alegre. Naquela época horários de partidas e chegadas da aviação civil não eram assim tão regrados, então era comum a demora. Jamais vi problema algum nisso, pois eu passava aquele tempão admirando o inacreditável afresco do italiano Aldo Locatelli, pintando na parede ao lado do portão de desembarque do antigo terminal aeroportuário da Capital Gaúcha.
Dava pra passar horas observando e admirando aquilo, pois toda história do sonho humano de voar estava ali retratada, tamanho o rol de detalhes incluídos pelo pintor, que aportou no Sul do Mundo contratado para criar afrescos em igrejas. Ao longo de mais de 50m2, de Ícaro a Santos Dumont, passando por Da Vinci, a obra mostra a luta dos humanos pela capacidade de subir aos céus,
mesmo sem asas.

Eu literalmente viajava nas asas da imaginação do artista, através de seus traços perfeitos, até que se abria o portão de desembarque de onde saia papai com um mundaréu de presentes na bagagem. Então eu despertava de meu torpor onírico e íamos felizes pra casa, quando assistíamos ele abrir as malas de couro de búfalo paraguaio, de onde saíam levas de brinquedos.
Com a enchente que alagou o aeroporto daqui, meu sonho infantil se foi por água abaixo. Confesso que ainda não me recuperei

quarta-feira, 4 de setembro de 2024

Um Ano de Aprendizado

Bateu a lembrança do que fazia ao começar setembro de 2023, justo pq ao amanhecer do dia 4 eu chegava na Rádio e a equipe de Reportagem passou a me fornecer dados sobre uma chuva absurda que inundava a cidade de Passo Fundo. Ato contínuo comentei na Redação: "chuvas que inundam o Planalto Médio, por lá não ficam; descem pelo rio Passo Fundo em direção ao rio Uruguai, causando inundação em São Borja daqui uns dias, ou pior: descem na direção do vale do rio das Antas e se isso acontecer, estamos diante de uma catástrofe histórica".


Tive a infelicidade de acertar o segundo vaticínio e as águas desceram para o lado da Depressão Central do RS, elevando em quase 30m a região do rio Taquari, para onde correm aquelas águas. Lembro ter colocado parte das informações em nosso primeiro programa, que vai ao ar às 5h30min e atualizar a informação a partir das 7h, renovando de hora em hora, até o fim da manhã, quando entra o esporte(leia-se futebol) e a realidade deixa de fazer sentido. 


No retorno da informação, às 13h voltei a bombardear o que estava acontecendo e assim foi até o momento em que passei o bastão ao Chefe de Reportagem da tarde/noite, seguindo o alerta. 


Naquela noite o vale do Taquari foi pra baixo d'água e os prefeitos, que tiveram 20 horas para tentar retirar pessoas de áreas de risco, foram pegos de "surpresa". Só mais uma tragédia anunciada. Agora esses mesmo prefeitos estão pedindo teu voto, ou para correligionários seus.


E olha que, depois daquela tragédia se seguiram outras duas ainda piores, sendo a mais recente, a pior da história do Rio Grande. Lembre-se disso no dia 6 de outubro.

quarta-feira, 14 de agosto de 2024

Nos Tempos da Cafifa

Meus grandes momentos de ócio e lazer foram passados no Rio da Janeiro, pra onde rumávamos no início das férias escolares e onde ficávamos até que as aulas voltassem. Cheguei a passar 4 meses por lá, num mesmo ano. Tínhamos apartamentos em ambos os lados da baía de Guanabara: mamãe na praia de Icaraí, em Niterói, onde passava as manhãs tomando banho olhando para o Pão de Açúcar e papai tinha seu ap em Copacabana, onde entre uma descida de onda e outro jacaré, olhávamos para a Pedra do Leme, de um lado, ou para o Forte de Copacabana, pelo outro.

Meio-dia tinha de estar de banho tomado à mesa. Em Niterói tinha a família, que cada vez aumentava; sempre me apresentavam um primo novo que acabara de chegar de Itaperuna ou alhures. Então, se não estivesse à mesa na hora chamada, dificilmente restaria comida. Até que descobri que algo sempre sobrava: arroz. Descobri isso da maneira mais improvável: a molecada na praia aproveitava para empinar cafifa. Era uma das formas que eles chamavam soltar pipa. Papagaio também era aceito, mas o mais usado, por lá, era mesmo a cafifa. Pandorga nem pensar.


Os pilas nos bolsos eram escassos e eu reservava o pouco que tinha para as idas ao Campo de São Bento, em nossa rua, a poucas quadras de distância, onde eu adorava andar de auto-choque -sabe aqueles carrinhos elétricos de bate-bate? Pois é, eu não era bom naquilo... era mau. Se eu invocasse com alguém era perseguição até o último grão de areia que zerava a ampulheta, fazendo com que o zelador do brinquedo desligasse a energia e os carros parassem onde estavam.


Assim sendo, as amizades de praia e os primos incontáveis, ensinaram a montar as próprias cafifas. Primeiro tínhamos de encontrar e cortar taquaras, em tiras finas o suficiente para que as hastes ficassem bem flexíveis, as quais amarrávamos em cruz e uníamos as pontas com a mesma linha usada pra amarração do centro. Depois precisava cortar e colar papel de seda com as cores que estivessem à disposição na papelaria, ou nas Americanas, onde tudo era mais barato e ainda encontrávamos carretéis de linha, com milhares de metros de fio. Aqueles carretéis eram guardados depois de não terem mais linha, pois nos dias de chuva não dava pra ir à praia. Dois carretéis, unidos em sequência pela mesma linha, formavam um carrinho pra brincar dentro de casa. Quatro faziam um caminhão. O sentimento do brinquedo foi eternizado nas pinturas de Iberê Camargo, que na infância em Restinga Seca, também surrupiava os carretéis da casa para construir seus brinquedos. Carretéis é uma das mais importantes fases em sua carreira de pintor.


Aí é que finalmente entra o arroz. Armação de taquara pronta e devidamente amarrada por linha. Papel de seda colorido comprado e recortado no tamanho suficiente para cobrir a cruz. Deita-se a armação sobre o papel e recorta-se no formato do triângulo obtido, com uma folga em torno de 1cm. Naquela folga do papel, junto à linha da extremidade da armação, cola-se as bordas do papel, envolvendo a linha. Cola como? Com a sobra do arroz encontrado na geladeira, devidamente degelado. Pega o arroz com uma colher, despeja uma pequena quantidade de grãos junto à linha e sobre o papel, faz a dobra e, com a mesma colher esmaga o arroz entre a dobra. Foi naquele momento que fiz duas descobertas importantes: arroz é puro amido e por isso vira grude e descobri onde encontrar uma sobra generosa de alimento, caso perdesse o sorteio no almoço.


Era bom nos tempos da cafifa

domingo, 4 de agosto de 2024

Feliz Aniversário Mamãe

O 4 de agosto tem uma importância vital para mim: é o dia em que nasceu minha mãe. Há pouco mais de um século. A pessoa mais doce que jamais conheci, mas pragmática e severa, como boa leonina. Sempre alegre, sorridente e festeira, jamais colocou os pés além da porta de casa sem passar o batom e vestir algo alinhado.

Filha de sobreviventes da influenza espanhola e da febre amarela, que dizimou a população do Rio de Janeiro. O pai Valfrido, oficial militar, pertencia ao batalhão desbravador que sob comando do Marechal Rondon, levou os fios da comunicação aos rincões mais longínquos desse nosso país. Faleceu antes do casamento dela com meu pai, portanto não tive o privilégio de o conhecer. A mãe, nascida em Niterói, à época capital do estado do Rio, há pouco menos que um século optou por empreender, trazendo ao Brasil um método de aprendizado de datilografia, fundando assim a primeira escola do ramo, no estado que abrigava ainda o Distrito Federal, pois do outro lado da baía situava-se a Guanabara. Graças a isso, a Escola de Datilografia Royal, por ela fundada, conquistou o direito de levar às laudas brancas toda a documentação dos órgãos públicos da região. Foi um próspero negócio enquanto máquinas de escrever foram importantes, mas antes da chegada dos computadores, minha vó já tinha passado o controle da escola ao filho mais novo, já que o mais velho falecera em acidente automobilístico, minha mãe se mudara pra Porto Alegre, depois de casar com meu pai e a outra filha foi viver em Petrópolis, na Serra dos Órgãos, onde casou e constituiu família.
Mamãe estudou a vida inteira para buscar seu sonho de tornar-se profissional independente, nas décadas de 20 e 30, época de um mundo 99,9% masculino. Assim formou-se em Direito e ingressou no Instituto Rio Branco, buscando seguir a carreira diplomática. Até que o ditador de plantão -aquele chamado de "pai dos pobres"- editou decreto reservando o exercício dos cargos que exercem a diplomacia exclusivamente a homens. Como ela não estudou uma vida toda pra servir cafezinho em repartição, aproveitou ter conhecido um gaúcho que foi ao Rio procurando encontrar uma morena bem apanhada, bem informada e atualizada - naquele mundo entre duas guerras- casou e para o sul rumaram com o intento de constituir família. Os conhecimentos da dra. Maria Alayde em Direito e Diplomacia auxiliaram muito meu pai a tornar-se ainda mais próspero nos negócios do trigo, sua especialidade desde que saiu da Coronel Pilar onde nasceu, para conquistar o mundo.
Quando nasci, a prosperidade da família permitia que ela ficasse em casa cuidando dos dois filhos. Sou o caçula. E, desde sempre, o gordinho, que ela mimava a quitutes e guloseimas que ela estudou, durante seu tempo livre, para aprender. Ninguém cozinhava como mamãe. Os aromas e sabores guardo em minha memória até hoje, com carinho e gratidão do pouco que consegui aprender. Vocês não imaginam como eram meus aniversários, como foram nossas festas de fim de ano, ou os chás em que ela recebia a fina flor da sociedade porto-alegrense, para estabelecer e ampliar sua network. Sempre banquetes, onde este gordinho se lambuzava de felicidade.
Convenceu meu pai a matricular os filhos no melhor colégio que seu dinheiro pudesse pagar, o que ele fez sem jamais reclamar. Apenas deixava claro aos filhos que não pagaria duas vezes pelo mesmo serviço. Assim sendo, se alguém rodasse, repetiria o ano em escola pública. Recado dado e compreendido: jamais repeti ano na escola.
Assim fui criado, com essa inspiração de sempre buscar a qualificação através do estudo, especialmente o de línguas, a começar pela "última flor do lácio", que para mamãe era o cartão de visitas de um brasileiro. Obrigado mamãe por tanta doçura e dedicação

quarta-feira, 17 de julho de 2024

A Visão do Colonizador - originalmente publicado em 16/07/2014

Desde 2008 TODA Europa vive uma crise sem precedentes desde a implantação do Euro. Países inteiros afundaram, seja na débâcle da produção industrial da Itália, do desesperante desemprego num país com vocação de serviços como Portugal, no desacerto da eterna irascibilidade da Espanha, pra não falar da Grécia e anexação dos países do leste. Só quem surfou acima da crista da onda, neste período, foi o criador do Euro, a Alemanha e não pensem que foi por desígnio divino, afinal os alemães foram os primeiros a anexar um país quebrado do leste europeu, a sua metade comunista em 1990, numa decisão que acarretou aumento de impostos, mas que redundou na liderança política e econômica do bloco europeu. A França, por seu hábito histórico de aderir ao líder do momento, conseguiu sair-se de uma forma razoável, mas os desmandos e corrupção no governo Sarkozy foram tamanhos que o país também adernou.

Nesse contexto os europeus olham atentamente aos movimentos dos emergentes e ficam absolutamente sensibilizados com o ocorrido no Brasil, durante o mesmo período. A nação tupiniquim nada deve ao famigerado FMI, enquanto quase todas as nações européia, inclusive os franceses, tiveram de recorrer a fundos internacionais de socorro pra não quebrarem. Enquanto o Brasil vive um momento de pleno emprego, as principais nações do Velho Mundo convivem com níveis assustadores de desemprego, sem perspectiva de reversão da tendência. A imigração massiva de africanos nas décadas de 80 e 90 e dos europeus do leste, na sequência, criou uma zona de conforto e gerou uma cultura de não botar a mão na massa pra fazer o trabalho menos nobre. Aí, o que fazer quando faltam empregos considerados mais nobres?

Talvez por estes motivos, os europeus não conseguem entender a imensa oposição em todos os níveis que sofre o governo brasileiro na atual conjuntura. Eles sonham com a prosperidade em que vivemos. Não conseguem compreender que 12 anos é o tempo que leva uma criança pra entrar na escola e de lá sair cidadão, preparado para a vida e para a sociedade. Esta passagem não foi feita no Brasil do Bolsa Escolas e tantas filantropias com o dinheiro do bolso da classe média e os europeus não entendem porque os brazucas querem mais do que as migalhas. Não conseguem entender porque tanto reclamamos por escola pública de qualidade desde o ensino fundamental, ou porque exigimos um atendimento de saúde digno da quantidade de impostos paga pelos cidadão deste país sulamericano.

Ficam absolutamente espantados quando o chefe-de-Estado leva uma vaia e é "louvado" em um estádio quando o mundo inteiro assistia abertura e encerramento de uma Copa do Mundo. Afinal, para os europeus é comum chefe-de-Estado assistir jogos em estádios. Claro, não sabem os inocentes que no Brasil isso só acontece por motivos especiais e que os políticos não se misturam à patuléia em sua rotina habitual.

Assim, não entendem os europeus como, um país como o Brasil, em que todos os índices são positivos, a população não está satisfeita e não pretende a manutenção do sistema. É mais uma vez a visão do colonizador que não aceita ao colonizado o direito de emergir para uma realidade própria, soberana, onde as novas nações tomam as rédeas e o rumo da própria condução. Sim, o Brasil cresceu e mudou muito nestes últimos 12 anos, mas é hora de sair da infância e assumir sua própria independência e isso só se fará em plena vigência do Estado de Direito, que hoje está subjugado pelo grupo que ocupa o poder. E com democracia, cujo pilar mais sólido é a alternância de poder. Em qualquer parte, basta olhar a história, onde um mesmo grupo ficou no poder por muito tempo, o resultado foi o retrocesso, a corrupção e o autoritarismo.

Os brasileiros querem mudar. Mudar para melhor. Isso os europeus não conseguem entender. O que mais podemos querer além de empregos e bolsas assistenciais? É isso que decidiremos em outubro. As cartas estão dadas e começou a eleição

terça-feira, 16 de julho de 2024

Coisas da vida de uma nação livre

Sei que a maioria dos que estão aqui são cientes que a 2ª Emenda da Constituição que melhor funciona no planeta, a dos EUA, garante a posse de armas no mesmo nível da liberdade de expressão, imprensa, religião ou reunião. Isso deve-se ao fato de que um povo que vive em liberdade, não pode ser subjugado por forças como o crime organizado, nem mesmo pelo Estado. Metade dos estados americanos sequer exigem porte de armas, que podem ser compradas com pouquíssimas restrições, desde que elas sejam portadas à vista dos demais cidadãos. Só alguns estados exigem porte de arma, isso no caso dela não estar publicamente visível.

Morei no Texas, estado onde até os cães andam armados e a coisa mais normal é ver uma, duas ou mais carabinas penduradas num suporte interno junto ao vidro traseiro da cabine das pick-ups. Lá todas as famílias têm um confortável carro urbano e uma pick-up. Dentro dessa rotina, Mr. Matthew Brian Crooks, terapeuta especializado em fornecer suporte emocional e psicológico, ajudando pessoas a lidar com questões como depressão, ansiedade, estresse e problemas familiares, foi à loja de armas da pequena Bethel Park, Pensylvania, no semestre passado, para acrescentar um fuzil AR15 à sua coleção de duas dezenas de outras armas.
O filho Thomas queria muito pertencer à esquadra oficial de tiro da escola local, mas foi rejeitado. Diziam ser um péssimo atirador. O jovem da família Crooks não se deu por vencido, ingressou em um clube de tiro da região, onde treinou à exaustão pipocos de fuzil em alvos distantes a mais de 200m. O que levou o jovem Thomas ao ato desenfreado de atentar contra a vida de um ex-presidente do seu país, ainda ninguém sabe, mas esse loiro, filho de pai e mãe americanos, da típica classe média do interior dos EUA, comprova que assim é a vida em um país livre: desatinos individuais não se sobrepõe aos direitos da sociedade e, em um país livre, o direito às armas é garantido pela lei

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Longe Demais Das Capitais

Em 1984 eu retornava de uma temporada nos EUA, mais precisamente na California governada por Ronald Reagan, onde pululavam embriões da esquerda se infiltrando no maior partido de oposição ao líder Republicano; os Democratas. Eu havia feito meu primeiro filho, mas trouxe a mãe dele para ter o bebê em Porto Alegre. Eu não queria um filho americano, mas sim brasileiro. Claro que podia ter deixado ele nascer em San Francisco e obter dupla cidadania no consulado local, mas eu optei por uma descendência brazuca puro sangue.


Ao pisar em solo gaúcho uma vez mais me enchi de brio e fui à luta. Comecei pelos quadrinhos, fazendo uma pilha de traduções de clássicos lançados pela L&PM, entre os quais Spirit e Freak Brothers, pra citar 2. Tive um grande parceiro de faculdade com quem compartilhava minhas HQs e ele e ele as suas comigo, o Gordo Miranda. Outro parceiro de faculdade me chamou para voltar ao Rádio, Beto Andrade, que me conduziu à Redação da Atlântida, emissora voltada ao público jovem do maior conglomerado de comunicação sul-brasileiro. Com o tempo, Beto foi abduzido pela TV do grupo e eu assumi as funções dele na rede Atlântida. 


O Gordo deixou sua banda de rock pauleira, TaraNaTiriça, e montou um grupo bem diferente, ao estilo daqueles que eu vi surgirem na California naquela temporada, a Urubu Rei. Vários amigos daquela época montaram bandas do punk rock ao pop e estava criado o caldo de cultura. Aos poucos fui convencendo os programadores da Atlântida que a MPB já tinha dado o que podia e que o novo estava naquela tendência, pois eu já tinha visto isso acontecer nos EUA. Foi um ano e tanto aquele 1985, até que em seu fim conseguimos programar e executar, o longo de 4 sextas-feiras, no Gigantinho, com 12 bandas locais e mais quase todos os nomes de grandes roqueiros de fora do RS, muitos dos quais estavam surgindo na mesma onda, o Atlântida Rock Sul Concert, que levou mais de 60mil pessoas ao ginásio do Inter, em 4 noites separadas e nós do sul do mundo viramos referência e conseguimos levar ao estrelato nacional aqueles artistas. Porto Alegre entrou definitivamente no mapa nacional de eventos e entretenimento.


Agora, depois de tanta tragédia, nem mais aeroporto tem por aqui. Mesmo que artistas de fora do RS queiram vir se apresentar aqui, não têm como chegar. Voltamos a ficar longe demais das capitais. Quarenta anos de bom trabalho, empenho e bons resultados se foram por água abaixo