No ano em que comecei no jornalismo -e isso aconteceu em outro século- uma das grandes efemérides para as quais a rádio em que trabalhava formou equipe e programou cobertura especial, foi a que tentou relatar a queda do satélite Skylab. Até então o imaginário popular não fazia idéia de que uma geringonça daquelas podia voltar ao planeta por si só, assim como um refluxo de maré.
Fomos todos mobilizados pelo diretor da emissora, saudoso Flavio Alcaraz Gomes, um aficcionado pela "conquista do espaço" que passou os anos 60 criando incansáveis programas de rádio descrevendo aquela nova realidade que, de repente, deixava de ser ficção científica. Até hoje não entendi muito bem porque foi que montamos equipe de cobertura para a eventual queda de um satélite, o qual ninguém tinha a mínima idéia de onde cairia, assim como este que está caindo agora. Sensacional essa Nasa, não é mesmo? São capazes de mandar um homem à Lua e o trazer de volta, enviarem sondas espaciais e robôs até os quintos do universo, mas não conseguem calcular a que horas e onde um monstro do tamanho de um ônibus vai cair sobre nossas cabeças.
Assim sendo pára o mundo inteiro, olhando pra cima -menos quem foi ao Rock In Rio, pois estes estão olhando estrelas do passado- na angústia de imaginar que um simples pedaço da espaçonave, que não derreteu ao reentrar na atmosfera, pode destruir sua casa e liquidar com sua única vida.
Acho que foi neste sentimento que alguns acabaram se empolgando na cobertura do Skylab e, quando todos já estávamos embuídos no espírito de que o plantão era inútil, um de nossos reporteres entra no ar "em edição extra-ordinária" e ao gritos informa que o laboratório espacial estava caindo sobre Novo Hamburgo. Não apenas toda a equipe se mobilizou em direção à capital do calçado, como também a concorrência e lá se foi o grosso da mídia gaúcha procurar o satélite caído sobre nossas cabeças, no vale do Sinos.
Não havia celulares àquela época e, até que a confirmação da queda do Skylab fosse definitivamente negada, um breve período de "A Guerra dos Mundos" se estabeleceu na região metropolitana de Porto Alegre, para gáudio de Alcaraz, que sempre se considerou uma esspécie de Orson Welles do rádio sulriograndense.
Claro que tudo não passou de uma grande barriga e até hoje ninguém sabe o que passou pela cabeça do reporter que garantiu ver o satélite norte-americano despencar do céu sobre a pacata Novo Hamburgo. Hoje, motivo de risadas, mas à época lembro bem que o gerente da rádio jurou que estrangularia o tal reporter assim que ele pusesse os pés na emissora novamente, o que não aconteceu e terminou por catapultar a carreira do colega em outros veículos da nossa imprensa falada.
Fomos todos mobilizados pelo diretor da emissora, saudoso Flavio Alcaraz Gomes, um aficcionado pela "conquista do espaço" que passou os anos 60 criando incansáveis programas de rádio descrevendo aquela nova realidade que, de repente, deixava de ser ficção científica. Até hoje não entendi muito bem porque foi que montamos equipe de cobertura para a eventual queda de um satélite, o qual ninguém tinha a mínima idéia de onde cairia, assim como este que está caindo agora. Sensacional essa Nasa, não é mesmo? São capazes de mandar um homem à Lua e o trazer de volta, enviarem sondas espaciais e robôs até os quintos do universo, mas não conseguem calcular a que horas e onde um monstro do tamanho de um ônibus vai cair sobre nossas cabeças.
Assim sendo pára o mundo inteiro, olhando pra cima -menos quem foi ao Rock In Rio, pois estes estão olhando estrelas do passado- na angústia de imaginar que um simples pedaço da espaçonave, que não derreteu ao reentrar na atmosfera, pode destruir sua casa e liquidar com sua única vida.
Acho que foi neste sentimento que alguns acabaram se empolgando na cobertura do Skylab e, quando todos já estávamos embuídos no espírito de que o plantão era inútil, um de nossos reporteres entra no ar "em edição extra-ordinária" e ao gritos informa que o laboratório espacial estava caindo sobre Novo Hamburgo. Não apenas toda a equipe se mobilizou em direção à capital do calçado, como também a concorrência e lá se foi o grosso da mídia gaúcha procurar o satélite caído sobre nossas cabeças, no vale do Sinos.
Não havia celulares àquela época e, até que a confirmação da queda do Skylab fosse definitivamente negada, um breve período de "A Guerra dos Mundos" se estabeleceu na região metropolitana de Porto Alegre, para gáudio de Alcaraz, que sempre se considerou uma esspécie de Orson Welles do rádio sulriograndense.
Claro que tudo não passou de uma grande barriga e até hoje ninguém sabe o que passou pela cabeça do reporter que garantiu ver o satélite norte-americano despencar do céu sobre a pacata Novo Hamburgo. Hoje, motivo de risadas, mas à época lembro bem que o gerente da rádio jurou que estrangularia o tal reporter assim que ele pusesse os pés na emissora novamente, o que não aconteceu e terminou por catapultar a carreira do colega em outros veículos da nossa imprensa falada.
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