O Domingo amanheceu diferente. Depois de 40 dias e 40 noites não havia mais chuva e o céu insistia em estar claro, até um tanto azulado. Havia até um clarão um tanto alaranjado que insistia em brilhar, parecendo coisa de série de algum canal de “streaming”. Aí bateu aquela vontade de tomar um café. Tento não fazer isso em casa, a ponto de nem ter café em casa. As máquinas pra fazer isso eu já doei faz tempo. Senão, eu solitário e no “home office” vou ingerir tamanhas quantidades disso que meu estômago vai virar uma peneira.
Partiu postinho, onde as meninas só me tratam bem e a máquina prepara sempre um expresso igual. Gostava do café do Nacional, onde encontrava o Reni, um bom papo, já que fica na esquina da casa dele. O Cassiá, outra figura do bairro, também, mas a pandemia fechou o café. Então só me resta o postinho, para onde rumei e, para minha agradável surpresa fui atendido por uma jovem sorridente e sem máscara. Confesso que, depois de tanto tempo sendo atendido por pessoas mascaradas, fiquei atônito. Ela exibia lindamente um sorriso que emoldurava seu “piercing” labial.
Os olhos delineados e o rosto levemente maquiado. Definitivamente ela se produziu antes de sair de casa para ir trabalhar ainda mais bela do que a mãe natureza a colocou entre nós. Aí o café ganha um sabor especial. Ver seu pequeno nariz mexer quando falava algo, ou ao sorrir, foi um tempero especial para minha bebida quente matinal. Valeu cada gole.
Manhã de Sol, festa de luz e o Poli a caminhar pela imensidão da Perimetral, que até ontem era um dilúvio por onde os ônibus que aqui passam pareciam terem sido substituídos pela Arca de Noé. Chuva é bom, é vida e faz bem ao solo, mas não precisa cair por tanto tempo seguido. Viver num mundo plúmbeo é coisa para “Blade Runner”, ou batráquios. Nada como a luz do Sol, um bom café e um sorriso. Sem máscara
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