(sugestão de trilha sonora https://www.youtube.com/watch?v=mpDHQVhyUrY)
Tenho motivos pessoais, de sobra, para me sentir emocionalmente envolvido com o mês de Agosto. E o primeiro e mais importante deles chega bem no começo, neste dia 4. Há 1 século nascia, em Niterói, RJ, aquela cujo sorriso iria iluminar o céu da Guanabara, Maria Alayde, minha mãe. É característica daqueles que nascem sob o signo de Leão amar, amar e amar. Foi isso que ela me deu a vida toda: “amorrr” como grafava aquele conterrâneo dela que enlouqueceu após o incêndio do Gran Circo Americano, em terras “Papa-goiaba” e que saiu a pixar profecias pelos muros da cidade existente do outro lado da baía.
Mais de 500 pessoas sucumbiram ao incêndio e muitas famílias foram desfeitas. Cresci sob essa égide, pois era raro o dia em que minha avó não falasse nele. Não havia na capital do Estado do Rio alguém que não tivesse perdido uma, ou mais, pessoas na tragédia. Como mamãe me levava a passar até 3 meses por ano com vovó, ela foi a pessoa em quem mais prestei atenção e ouvi na vida. Pessoa sábia e comedida, pois enquanto esposa de militar e mãe de 4 filhos, fez as contas e viu que o soldo de meu avô não seria suficiente para dar uma boa criação a todos, então decidiu empreender e tornou-se dona de um negócio bem sucedido. Na década de 30, do século passado.
Essa é minha história com as mulheres. Todas que me serviram de exemplo, sempre foram à luta. A aniversariante do dia formou-se Advogada, passou no concurso para o Instituto Rio Branco e foi seguir a carreira diplomática. Em função disso, sempre cobrou dos filhos que honrassem com carinho a “última flor do lácio” e aprendessem o maior número possível de outras línguas. E assim me levou pela mão a estudar inglês aos 7 anos, incentivou a estudar alemão aos 12 e vibrou quando contei pra ela que estudava francês aos 21, não entendeu quando soube que fui aprender japonês aos 34 e voltou a vibrar ao descobrir que aprendia italiano aos quase 50. É leitores, não estudei espanhol: sou gaúcho e das 3 fronteiras do Rio Grande, duas são com países de língua castelhana, logo aprendi por osmose.
Tudo isso graças ao incentivo, carinho, denodo e persistência desta mulher acima da média, em talento, dedicação e sabedoria. 4 de Agosto é o dia dela e sempre lembro com alegria, pois ser criado por alguém capaz de entregar tanto “amorrr”, é o barro do qual fui moldado para tornar-me este ser só de alegria. Obrigado Mamãe!
Nenhum comentário:
Postar um comentário