Fomos passar uns dias numas estações de águas do noroeste da banda oriental(Uruguai). O único compromisso era entregar o piá às 5h da manhã da véspera de Carnaval pra mãe dele, em Porto Alegre, pois ela tinha comprado passagem para os dois sei lá pra onde e isso nem vem ao caso. O que importa é que eu e ele nos divertimos muito, comemos azados até estufar e frequentamos piscinas termais às noites e parques aquáticos durante os dias. Região de Salto. Recomendo.
No derradeiro hotel em que paramos, a contragosto fui obrigado a deixar a chave da possante com o manobrista, pois a garagem era tipo rotativa. Claro que ficamos até a manhã do último dia e, ao querer voltar ao Brasil, paguei a conta, peguei a chave do carro e… nada. Girei e nada aconteceu. Dormindo ou morto, mas nada aconteceu. E o problema não era bateria, pois som, luzes e outros acessórios funcionavam. Apenas o motor não respondia, nem acordava.
Conseguimos um reboque até Salto, onde havia uma “autorizada”(la garantia soy yo) BMW, em que 4h depois eu fui assuntar com o chefe dos mecânicos. Ele não tinha a menor ideia do que fazer. Liguei para o Luiz Fernando, em Porto Alegre, o veterinário da minha pet de rodas. Coloquei ambos em contato e, alguns minutos depois a possante deu sinal de vida. Fizeram algum tipo de gambiarra que funcionou, mas antes de tirar o veículo da garagem o chefe me alertou: “não deixe apagar o motor antes de chegar à oficina, pois não vai ligar outra vez…” Não é a frase perfeita para se ouvir antes de enfrentar 800km contra o tempo???
Era meio da tarde quando pegamos a estrada rumo à Capital Gaúcha e optamos por um caminho que parecia mais rápido. Na verdade enveredamos por uma rota em meio aos campos cisplatinos por donde nada havia. Só aquele pedaço de asfalto e plantações. Nem uma cidadezinha, vila ou… posto de combustível. Até que, lá pelas tantas, vi uma placa escrita à mão na beira da estrada dizendo: “nafta”(é como eles chamam gasolina por lá). Saí do asfalto, entrei na bocada por um caminho de terra e encontrei uma venda. Daquelas que tem ração animal a charque pendurado e perguntei: “tem nafta aqui?” Claro que a resposta foi: “si, pero…” era um alerta de que o preço não seria o mesmo dos postos de combustível. Não estava em condições de negociar e aceitei o valor cobrado, abasteci e nos tocamos. Ao chegar no próximo posto, daqueles gigantescos da Ancap, descobri que comprei gasolina muito antiga, pois o preço na bomba estava bem mais alto que o tio do armazém cobrou.
Consegui chegar a Porto Alegre meia hora antes do “dead line” pra entregar o piá e levei a possante pra dormir em frente da BM Power, onde o Luiz Fernando saberia ligar aquela joça outra vez.
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