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quinta-feira, 7 de outubro de 2021

Rolam as Pedras

O amigo Miranda tinha se mudado pra São Paulo e, sempre que possível, a gente dava um jeito de se ver pra matar as saudades de rir até passar mal. Eu e o Gordo criamos uma expressão que simbolizava nossas vidas: “SÓ ALEGRIA!!!” Foi durante a final da Copa do Mundo de 1982, quando enchemos a caixa d’água e ficamos tocando percussão lá em casa, enquanto assistíamos Itália x Alemanha e, a cada pausa após um gol da insólita partida, parávamos de tocar e cantávamos: “é só alegria”. Foram 4 golos, fora os replays…

Ainda vivíamos os anos 80 e quem sobreviveu a isso sabe que não foi pouca coisa. Tanto eu quanto ele sempre fomos gourmands generosos(com nossos estômagos). Invariavelmente a noite encerrava com algum dos quitutes do Ponto Chic, mas antes disso o Gordo nos conduzia a pencas de locais onde degustávamos iguarias insuperáveis, um pouquinho aqui, um tantinho ali, outro tanto acolá. Sempre delícias maravilhosas. SP tem essa possibilidade pra oferecer.


Naquela época dos governos Sarney/Quércia, os pais de um outro amigo e colega de Fabico, Beto Andrade, haviam se mudado pra Sampa e nos garantiam toda a logística. Ainda bem que aproveitamos sua generosidade, pois na virada de 87 pra 88 eles estavam a bordo do Bateau Mouche para assistir a queima de fogos do reveillon em Copacabana e o resto da história, infelizmente, todos conhecemos. 


E numa dessas noitadas inesquecíveis na Capital Bandeirante, lá pelas tantas, fomos parar no Aerofanta; tá o nome era Aeroanta, mas como o público era eclético a gente chamava pelo nome alternativo. A noite já estava meio vencida e a casa noturna já não bombava, embora ainda tivesse mais um show programado e gente em vários locais. Entramos e alguém me alcançou mais alguma coisa pra beber, como se eu não estivesse com a caixa d’água cheia. A cabeça girava e circulávamos pra ver onde estacionar, quando surge uma figura conhecida: Kiko Zambianqui. Ele estava, como sempre, todo mauricinho, inclusive com mocassins de griffe. E minha cabeça girando. Nem deu tempo pra gente conversar muito, pois eu dei um porco no mocassim dele. Foi feio, eu sei, mas abriu espaço para mais bebida, que o Beto vinha trazendo.

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